Financiamento acelera em linha com crescimento econômico, diz BC
O Banco Central afirmou nesta quinta-feira que o financiamento à economia real voltou a acelerar em linha com o crescimento da atividade econômica acima do esperado e que não vê risco relevante para a estabilidade financeira, embora tenha destacado os riscos fiscais.
Aceleração do crédito às pessoas físicas
De acordo com o Relatório de Estabilidade Financeira, a aceleração do crédito às pessoas físicas foi mais acentuada nas carteiras de financiamento de veículos e de crédito não consignado. Já a retomada do crédito bancário às pessoas jurídicas foi puxada pelas grandes empresas, ainda que de forma moderada se comparada ao financiamento via mercado de capitais.
Sistema Financeiro Nacional com capitalização e liquidez confortáveis
O BC avaliou ainda que o Sistema Financeiro Nacional (SFN) permanece com capitalização e liquidez confortáveis e provisões adequadas ao nível de perdas esperadas, e que os testes de estresse de capital e de liquidez demonstram a robustez do sistema bancário.
Riscos fiscais ganham relevância
No entanto, o relatório destacou que os riscos fiscais ganham relevância. “Os riscos fiscais foram os mais citados pelas instituições financeiras, reflexo de preocupações com a trajetória da dívida pública e com os impactos da política fiscal sobre os preços de ativos e a política monetária”, disse a autarquia.
Capacidade de pagamento das famílias e das MPMEs segue desafiadora
Apesar dos sinais econômicos favoráveis, a capacidade de pagamento das famílias e das micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) segue desafiadora, citando que o endividamento e o comprometimento de renda das famílias seguem elevados e que, no caso das MPMEs, há crescente volume de requerimentos de recuperação judicial e percepção de alavancagem elevada.
Impacto das enchentes no RS foi menor do que esperado
O relatório do BC apontou ainda que o impacto para o SFN das enchentes que abalaram o Rio Grande do Sul este ano foi menor do que originalmente esperado, com iniciativas do BC e do Conselho Monetário Nacional (CMN) que resguardaram a prestação de serviços pelo sistema e evitaram ônus desnecessários a cidadãos e empresas.
Júlio Rossato