Presidente da Ucrânia busca recuperar a Crimeia diplomaticamente
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, reconheceu que a península da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014, teria que ser restaurada à soberania ucraniana por meio da diplomacia.
Zelensky, entrevistado pela Fox News em um trem na Ucrânia e transmitido na quarta-feira, disse que seu país não poderia se dar ao luxo de perder o número de vidas que seria necessário para retomar a Crimeia por meios militares.
Ele novamente rejeitou qualquer noção de ceder qualquer território já ocupado pelas forças de Moscou, dizendo que a Ucrânia “não pode reconhecer legalmente qualquer território ocupado da Ucrânia como russo”.
Recuperação diplomática
“Eu já estava mencionando que estamos prontos para recuperar a Crimeia diplomaticamente”, disse Zelensky à Fox News por meio de um intérprete.
“Não podemos gastar dezenas de milhares de pessoas para que pereçam para que a Crimeia volte… e ainda não é fato que podemos trazê-la de volta com as armas em nossas mãos. Entendemos que a Crimeia pode ser trazida de volta diplomaticamente.”
Contexto histórico
A Rússia anexou a Crimeia em 2014, depois que uma revolta popular fez com que um presidente favorável à Rússia fugisse do país e os representantes russos tomaram uma grande parte do território no leste da Ucrânia.
Desde a invasão em grande escala da Ucrânia pela Rússia em fevereiro de 2022, suas tropas capturaram cerca de um quinto do território da Ucrânia e proclamaram a anexação de quatro províncias, embora Moscou não controle totalmente nenhuma delas.
Plano de vitória
Zelensky propôs uma fórmula de paz e um “plano de vitória” sustentado pela retirada das tropas russas da Ucrânia. Mas seus apelos recentes enfatizaram as garantias de segurança para seu país e um convite para ingressar na aliança militar ocidental Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), uma noção rejeitada de imediato por Moscou.
Júlio Rossato