Desafios para empresas chinesas de smartphones no Brasil
Empresas como Oppo e Xiaomi têm reforçado seus lançamentos e parcerias no Brasil em busca de espaço no mercado de smartphones, mas enfrentam obstáculos. As chinesas ainda precisam enfrentar marcas estabelecidas e fortalecer sua estrutura de produção e pós-venda no Brasil. Embora essas fabricantes chinesas já possuam uma participação relevante nas vendas totais de smartphones globalmente, com 24% do mercado, Samsung e Apple são as líderes absolutas, com cerca de 35% do mercado. No Brasil, a concentração de mercado torna a entrada das chinesas ainda mais difícil, pois as duas empresas líderes nacionais podem chegar a uma fatia de até 70% do mercado.
Eventos de lançamento e parcerias da Oppo no Brasil
A Oppo tem feito eventos de lançamento e firmado parcerias no Brasil. A companhia anunciou sua nova estratégia para o Brasil em novembro, fechando uma parceria de distribuição e assistência técnica com a Magalu, que deve levar seus celulares a mil lojas até o final de 2025. A Oppo também anunciou que seus aparelhos estarão presentes em todas as unidades da Claro no Brasil a partir do ano que vem. Durante o evento de lançamento, a empresa reforçou o compromisso de atingir o número de uma representante a cada quilômetro até 2026. Embora a participação da Oppo no país ainda seja tímida na comparação com os concorrentes, a meta é ser a segunda marca mais vendida no Brasil em cinco anos.
Mercado cinza e preço dos smartphones no Brasil
O mercado cinza, composto pelos celulares sem homologação da Anatel, é um cenário favorável para as marcas chinesas. Embora Xiaomi, Realme, Transsion e Oppo possuam operações regulares e smartphones homologados no Brasil, a expansão de marketplaces online em grandes varejistas estimulou um comércio alternativo aos canais oficiais das companhias. Com preços melhores e até maior variedade, o mercado cinza ganha espaço. Em 2023, o valor médio do smartphone comprado no país foi de R$ 1.601, segundo a IDC. Com juros elevados e inflação, até aqueles que se importam mais com as configurações de seus aparelhos acabam abrindo mão em função de um negócio menos custoso.
Conclusão
Apesar das dificuldades, as empresas chinesas de smartphones continuam a buscar espaço no mercado brasileiro. No entanto, enfrentam obstáculos como a falta de estrutura de produção e pós-venda, o mercado cinza e a concentração de mercado. A Oppo tem feito esforços para superar esses obstáculos e se consolidar no mercado brasileiro, mas ainda tem um longo caminho a percorrer para alcançar suas metas.
Júlio Rossato