Banco Central da Argentina vende US$ 803 mi em reservas
O Banco Central da Argentina vendeu cerca de US$ 803 milhões em reservas nesta semana em busca de atender a um aumento na demanda de importadores pela moeda americana em meio a um importante pagamento de títulos públicos.
A autoridade monetária interveio em três dias úteis consecutivos, enquanto a indústria automotiva da Argentina clamava pela moeda americana para pagar fornecedores no exterior, após a decisão do presidente Javier Milei de eliminar um imposto chave sobre importações no início da semana.
Venda de reservas do Banco Central da Argentina
De acordo com dados do governo, na quinta-feira (26), a autoridade vendeu o maior montante de reservas estrangeiras em um único dia desde outubro de 2019. As operações de sexta-feira (27) incluíram mais US$ 25 milhões em reservas de moeda forte vendidas.
A operação do Banco Central no final do ano pode prejudicar os esforços do governo para reabastecer seu cofre de reservas, um recurso necessário para que a equipe de Milei eventualmente consiga levantar a densa rede de controles de capital que tem dificultado os investimentos.
Pagamentos a detentores de títulos soberanos
A Argentina também precisa dos fundos para fazer uma série de pagamentos a detentores de títulos soberanos, que somarão cerca de US$ 9 bilhões em 2024, metade dos quais vence em cerca de 13 dias.
Apesar dos elogios às reformas de Milei vindos de Wall Street, os investidores lamentam a escassez de reservas líquidas de moeda estrangeira na Argentina, que é a diferença entre o dinheiro disponível no Banco Central e as obrigações de dívida da nação.
Valor exato das reservas líquidas
As estimativas para o valor exato das reservas líquidas variam de um déficit de US$ 10,4 bilhões a US$ 4,6 bilhões, dependendo de como diferentes montantes de dinheiro são contabilizados, segundo a corretora local PPI.
O peso que é negociado no mercado paralelo da Argentina, conhecido como “blue-chip swap”, subiu cerca de 0,65% na sexta-feira, alcançando 1.185 pesos por dólar.
Júlio Rossato