Incorporadoras do Minha Casa Minha Vida têm resultados positivos no 3º trimestre
As incorporadoras que atuam no Minha Casa Minha Vida (MCMV) apresentaram resultados bastante positivos no terceiro trimestre, confirmando o melhor momento do programa habitacional desde a sua criação, há 15 anos.
A temporada de balanços das empresas do segmento foi marcada pelo crescimento da receita ao lucro, impulsionada pelo avanço na velocidade de vendas dos imóveis, subida de preços e expansão da margem de lucratividade – cenário que deve perdurar por mais alguns trimestres, estimam analistas.
Crescimento dos resultados
A receita líquida consolidada totalizou R$ 6,0 bilhões no terceiro trimestre de 2024, alta de 31% em relação ao mesmo período de 2023. Já o lucro líquido consolidado foi de R$ 539 milhões, um salto de 143% na mesma base de comparação anual.
O aumento do lucro se deve à diluição das despesas administrativas e comerciais, com melhora das margens de lucro. A margem bruta média do setor atingiu 34,7% alta de 2,8 pontos porcentuais. E a margem líquida chegou a 9%, avanço de 4 pontos porcentuais.
Ajustes no programa
Os ajustes promovidos pelo atual governo no MCMV ampliaram o poder de compra da população, facilitando as vendas. Isso mostra que as condições do programa continuam muito favoráveis. Os próximos trimestres continuarão sendo bons para as empresas, com espaço para subir mais um pouco os preços de venda e preservar as margens. Por outro lado, há uma preocupação crescente com o aumento nos custos de materiais e mão de obra, uma vez que a inflação setorial já superou a média nacional.
Expectativas para o futuro
Para o ano que vem, espera-se que as incorporadoras mantenham lançamentos e vendas em níveis altos. O orçamento para 2025 ficou em R$ 121 bilhões, estável na comparação com 2024. Entretanto, os recursos para financiamento de imóveis novos cresceram 12,5%, chegando a R$ 101 bilhões, enquanto o para usados diminuiu 35%, para R$ 20 bilhões.
Ajustes no governo
Desde a metade de 2023, o governo federal aumentou o subsídio dado às famílias para aquisição de imóveis, cortou os juros para o financiamento das famílias de menor renda e elevou o teto de preços dos imóveis, permitindo que mais moradias fossem enquadradas. Também houve expansão do prazo de financiamento. Mais recentemente, foi cortada a alíquota do Regime Especial de Tributação (RET) para projetos da faixa 1 do MCMV, para famílias com renda de até R$ 2,6 mil, o que aumentou o apetite das construtoras neste segmento.
A cereja do bolo ficou por conta dos governos estaduais, que passaram a ofertar subsídios adicionais aos compradores de imóveis do MCMV. Isso tem funcionado como maneira de colocar para dentro do mercado as famílias de renda mais baixa.
O resultado foi um grande impulso nos lançamentos e nas vendas. Os lançamentos dentro do MCMV no terceiro trimestre de 2024 somaram 47.525 unidades em todo o País, alta de 31,8% na comparação anual, enquanto as vendas atingiram 46.142 unidades, um salto de 46,9%.
Júlio Rossato