CEOs e economistas debatem necessidade de mudanças estruturais
No evento CNC Global Voices, promovido pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, em São Paulo, os CEOs das instituições financeiras debateram questões relacionadas à inovação, crédito e perspectivas para o mercado brasileiro. Eles destacaram a necessidade de mudanças estruturais diante das incertezas existentes tanto no Brasil quanto no exterior.
Inadimplência alta
O CEO do Banco XP, José Berenguer, afirmou que a inadimplência alta é resultado da falta de educação financeira da população. Ele disse que é preciso fazer com que a sociedade aprenda a consumir esses tipos de produtos e que o mercado financeiro não funciona bem para os pequenos clientes. Já o CEO Bank of America, Eduardo Alcalay, afirmou que a conjuntura de juros altos não ajuda o empresário e o consumidor na ponta e que há um grande interesse pelo Brasil lá fora, mas que o investidor tem visto o câmbio extremamente volátil, a taxa de juros alta e as indefinições que pairam na questão do equilíbrio fiscal.
Problema fiscal
O CEO do Bradesco Asset Management, Bruno Funchal, afirmou que o problema fiscal do governo é excesso de despesa obrigatória e que o Brasil está barato, mas o risco percebido é muito alto. Caio Megale, economista-chefe da XP Investimentos, destacou a necessidade de o Executivo liderar as mudanças relativas às despesas e de resolver a questão estrutural do fiscal.
Dívida pública
Ana Paula Vescovi, economista-chefe do Santander, sinalizou a necessidade de estabilização da dívida e mostrou preocupação com o tamanho da dívida pública brasileira. Mansueto Almeida, economista-chefe do BTG, previu dívida pública de 80% a 84% no final desse governo e destacou que o gasto público federal continua crescendo sem controlar as despesas.
Júlio Rossato