Brasileiros investem 98% em ativos locais, alerta relatório do J.P. Morgan
Estudo recente do J.P. Morgan aponta que 98% dos investimentos dos brasileiros estão concentrados em ativos locais. A preferência por aquilo que é conhecido e familiar, porém, pode resultar em uma alocação desequilibrada, alerta o relatório.
Assessoria de investimentos: diversificação internacional é relevante e desafiadora
A tarefa do assessor de investimentos na busca pela diversificação internacional do portfólio do cliente se torna muito mais relevante – e desafiadora – diante dos números e do potencial problema apresentados pelo relatório.
“O Brasil “é muito pequeno do ponto de vista de investimento para ignorarmos outros países”, afirma Ruy Ribeiro, professor e coordenador do Centro de Finanças e Macroeconomia no Insper, com PhD em Finanças pela Universidade de Chicago.
Estados Unidos e Europa oferecem mais opções de diversificação
Em 2023, o estoque combinado de títulos públicos emitidos pelo Tesouro dos Estados Unidos e títulos corporativos norte-americanos totalizou US$ 43 trilhões, enquanto a combinação dos títulos públicos brasileiros e aqueles emitidos por empresas nacionais somou US$ 2 trilhões, segundo o relatório do J.P. Morgan. Ribeiro lembra que países como os Estados Unidos e a Europa oferecem muito mais opções de diversificação para os investidores.
“Quando se compara Estados Unidos com Brasil, a gente tem uma composição setorial totalmente diferente na Bolsa. Cada um desses elementos acaba trazendo um valor”, analisa Ribeiro.
Risco cambial no Brasil pode ser evitado com investimentos no exterior
Ribeiro vê também um risco cambial alto no Brasil, o que torna mais vantajoso investir fora do país. Ele sugere que a diversificação internacional do portfólio deve ser completa, incluindo não só o mercado acionário, mas também o mercado de crédito e títulos governamentais de outros países.
Júlio Rossato