Eleição de Trump e saída de Gensler da SEC animam mercado de criptomoedas nos EUA
A eleição de Donald Trump nos Estados Unidos, que fez o Bitcoin subir e chegar a quase US$ 100 mil, não está relacionado apenas a uma simpatia do novo governo às criptomoedas – que pode levar a uma melhora na regulação do ativo em solo americano.
O otimismo com a moeda digital se deve também ao fim de uma era de perseguição às criptmoedas pelo governo Joe Biden, afirma Fernando Ulrich, economista.
“O head da SEC (Securities and Exchange Commission, a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA), Gary Gensler, foi talvez um dos piores chefes da SEC para esse setor”, diz.
Ele participou do episódio 265 do programa Stock Pickers, que tem apresentação de Lucas Collazo e Henrique Esteter. O podcast contou também com a participação de João Marco Braga da Cunha, head de gestão de portfólio da Hashdex.
De acordo Ulrich, ocorreu exatamente o oposto do que se esperava quando Gensler assumiu a SEC. Na opinião dele, o então head da SEC travou tudo que era ETF de cripto. A agenda que podia trazer esclarecimento em termos até de novas regras, acrescenta, não aconteceu.
Cunha, head de gestão de portfólio da Hashdex, concorda e afirma que os Estados Unidos estavam atrapalhando o mercado de cripto. “Não somente por causa da SEC, mas por causa de outras agências. Os departamentos que são equivalentes aos ministérios tinham uma operação que atacavam protocolos, empresas e pessoas ligadas ao segmento”.
O atual presidente da SEC, Gary Gensler, já anunciou a saída da agência federal em janeiro, quando Trump assume o governo nos EUA. A notícia anima Ulrich. “O Trump assumindo e indicando pessoas mais pró-regulação do setor, pode gerar um novo ciclo de investimentos para a indústria como um todo”, avalia.
De acordo Cunha, o presidente eleito chegou a citar que gostaria de estimular a mineração de Bitcoin nos Estados Unidos. “Então, isso é uma sinalização clara para esse segmento associado às criptos”, afirma.
Ele lembra também que o tema criptomoedas foi relevante nas eleições para o legislativo americano. “Tem uma composição muito mais pró-cripto nas casas legislativas (após a eleição nos EUA), além do governo alinhado”, afirma. Ele vê grande possibilidade que leis favoráveis ao setor sejam aprovadas nos próximos quatro anos.
Júlio Rossato