Joe Biden visita Angola para apoiar projeto ferroviário
Joe Biden embarca para Angola neste domingo em uma viagem que cumprirá a promessa de visitar a África durante sua presidência. A visita se concentrará num grande projeto ferroviário apoiado pelos Estados Unidos que visa desviar minerais críticos da China.
O projeto, parcialmente financiado por um empréstimo dos EUA, liga a República Democrática do Congo (RDC) e a Zâmbia, países ricos em recursos, ao porto angolano de Lobito, no Oceano Atlântico, oferecendo uma rota rápida e eficiente para exportações para o Ocidente.
Por que a visita é importante?
Em jogo estão grandes fornecimentos de minerais como cobre e cobalto, que são encontrados no Congo e são um componente essencial para baterias e outros produtos eletrônicos. A China é a principal potência internacional no Congo, o que se tornou uma preocupação crescente para Washington.
O projeto é apoiado pela trader global de commodities Trafigura, pelo grupo de construção português Mota-Engil e pela operadora ferroviária Vecturis. A Corporação Financeira de Desenvolvimento dos EUA concedeu empréstimo de 550 milhões de dólares para renovar a rede ferroviária de 1.300 quilômetros de Lobito ao Congo.
Outras promessas para a África
Esta viagem cumpre um conjunto abrangente de promessas para a África. Outras continuam por serem realizadas, como o apoio a dois assentos permanentes para África no Conselho de Segurança da ONU.
Preocupações do futuro presidente dos EUA em relação à África
Tibor Nagy, embaixador de carreira aposentado e principal enviado à África durante a última administração Trump, disse que o futuro presidente dos EUA provavelmente terá duas preocupações gerais em relação à África. A primeira é a concorrência com a China e a Rússia. A segunda é o acesso a minerais críticos.
Expectativas de Angola
Neste verão, Washington perdeu a principal base de espionagem dos EUA no Níger e não conseguiu encontrar um aliado que acolhesse esses ativos. Isto deixa os EUA sem apoio militar na região do Sahel, que se tornou um ponto crítico da militância islâmica.
As autoridades angolanas dizem que estão interessadas em trabalhar com qualquer parceiro que contribua no avanço de sua agenda para promover o crescimento econômico e esperam que o projeto estimule o investimento numa série de setores.
Júlio Rossato