Investir em ativos locais pode ser uma opção para diversificar o portfólio
Uma das dificuldades para os assessores de investimento é diversificar o portfólio do brasileiro internacionalmente, devido à preferência dos clientes por investir em algo já conhecido ou familiar. Segundo Ruy Ribeiro, professor do Insper e PhD em Finanças pela Universidade de Chicago, uma das soluções para resolver essa questão é investir em ativos locais. Isso pode parecer contraditório, mas faz sentido.
Investir em empresas nacionais ligadas às commodities é um exemplo de como aumentar a exposição ao exterior “sem sair de casa”. Quando se investe em ações brasileiras, indiretamente há uma exposição a ativos internacionais. Na Vale, por exemplo, a maior parte da receita vem da exposição internacional.
Entretanto, é importante lembrar que essa estratégia exige atenção redobrada com fatores não domésticos que podem influenciar no comportamento do portfólio. Quando a demanda por minério de ferro cai, isso pode prejudicar bastante o portfólio.
No caso da Petrobras, a situação é diferente. Ruy Ribeiro vê a Petrobras como um caso peculiar, já que, apesar de ser uma empresa internacional, ela é exportadora e importadora de produtos derivados de petróleo. A maior parte da receita da petroleira está no Brasil. Contudo, se entrar na discussão de valuation, todas elas (Vale e Petrobras) estão interessantes de alguma forma se for comparar com métricas internacionais.
Um estudo recente do J.P. Morgan aponta que 98% dos investimentos dos brasileiros estão concentrados em ativos locais. Portanto, diversificar o portfólio internacionalmente é uma tendência que precisa ser incentivada.
Júlio Rossato