Mundial de Clubes de 2001 cancelado pela Fifa
O Mundial de Clubes da Fifa acontece apenas em julho de 2025, mas já está rodeado de polêmicas. A falta de interesse dos clubes europeus, críticos ao calendário apertado, somada à dificuldade da entidade em conseguir patrocinadores para o novo formato do torneio, colocam em xeque a realização do evento nos Estados Unidos. Por ora, este cenário é improvável, especialmente após o sorteio dos grupos e massiva divulgação, mas em 2001 foi diferente.
Depois de a primeira edição do Mundial ser realizada no Brasil, em 2000, encerrada com o Corinthians campeão sobre o Vasco, a Fifa desejava levar o torneio à Espanha no ano seguinte. A competição seria realizada entre os dias 28 de julho e 12 de agosto, nas cidades de Madri e La Coruña. O Palmeiras estava no Grupo B, junto de Olimpia (Honduras), Al-Hilal (Arábia Saudita) e Galatasaray (Turquia).
O Palmeiras havia se classificado por ser o campeão da Libertadores de 1999. O clube não disputou a edição de 2000 porque os brasileiros escolhidos por Ricardo Teixeira, então presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) foram Corinthians, vencedor do Brasileirão em 1998 e 1999, e o Vasco, campeão da América em 1998. A ideia era ter uma equipe do Rio e outra de São Paulo, sedes do torneio, mas a decisão foi tomada antes da final dos palmeirenses com o Deportivo Cali, jogo que garantiu o título continental ao time alviverde. Assim, foi prometido ao Palmeiras a vaga na edição seguinte.
Preparativos para o Mundial de Clubes de 2001
À época, o Estadão noticiou que o presidente Mustafá Contursi tinha o projeto de levar três mil palmeirenses à Espanha. O dirigente foi ao país conferir as dependências do Atlético de Madrid, que seriam utilizadas pelo Palmeiras. Luis Pereira e Leivinha, ex-jogadores palmeirenses com passagem pelo time da capital espanhola, seriam os embaixadores do clube no Mundial.
A diretoria alviverde também pretendia ir ao mercado se reforçar e estava de olho em Juninho Pernambucano, ex-Vasco. Na ocasião, os dirigentes também negociavam patrocínio com a Pirelli, gigante italiana do ramo automobilístico. “Um evento desse nível é especial para nós”, disse Mustafá, em 2001. Na ocasião, o time palmeirense era treinado por Celso Roth e tinha nomes como Arce, Galeano, Alex, Felipe e Fabio Jr.
Cancelamento do Mundial de Clubes de 2001
Cesar Sampaio, ídolo do Palmeiras, chegou a participar do sorteio dos grupos, mas o Mundial nunca aconteceu. Em maio, a Fifa decidiu pelo cancelamento após a ISL, multinacional de marketing que coordenava os principais eventos da entidade, declarar falência. O Estadão informou, à época, que o prejuízo do clube foi de R$ 10 milhões. A diretoria tinha a expectativa de internacionalizar a marca e chegou a contratar uma agência de marketing. O campeão daquela edição embolsaria cerca de R$ 16 milhões.
Indenização e retorno do Mundial de Clubes
A Fifa indenizou o Palmeiras em US$ 750 mil após muita reclamação dos dirigentes. O Palmeiras voltou a disputar o Mundial de Clubes em 2020, no Catar, mas acabou eliminado nas semifinais pelo mexicano Tigres, que depois perdeu o título para o Bayern. O clube brasileiro voltou ao Oriente Médio para disputar o torneio no ano seguinte, chegando à decisão, mas perdendo o troféu para o Chelsea após derrota por 2 a 1.
Grupos do Mundial de Clubes de 2001 cancelado pela Fifa
Grupo A: Deportivo La Coruña (Espanha), Boca Juniors (Argentina), Wollongong Wolves (Austrália) e Zamalek (Egito).
Grupo B: Palmeiras (Brasil), Galatasaray (Turquia), Al-Hilal (Arábia Saudita) e Olimpia (Honduras).
Grupo C: Real Madrid (Espanha), Jubilo Iwata (Japão), Hearts of Oak (Gana) e Los Angeles Galaxy (Estados Unidos).
Júlio Rossato