Índices futuros dos EUA oscilam antes de dados de inflação
Os índices futuros dos EUA operam sem direção única nesta quarta-feira (11), enquanto investidores aguardam a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) para obter pistas sobre se o Federal Reserve (Fed, banco central americano) cortará ou manterá as taxas de juros na próxima semana. Os futuros de fundos do Fed estão precificando uma probabilidade de mais de 85% de que o banco central reduza as taxas de juros nessa reunião, de acordo com a FedWatch Tool da CME.
Petróleo e minério de ferro
Os preços do petróleo avançam com agentes do mercado esperando que a demanda aumente na China no ano que vem, depois que Pequim anunciou uma política monetária mais flexível para estimular o crescimento econômico. As cotações do minério de ferro na China fecharam no vermelho, enquanto otimismo com estímulo de Pequim desaparece. Já o minério de ferro de referência SZZFF5 para janeiro na Bolsa de Cingapura caiu 0,27%, para US$ 105,1 a tonelada. Em uma de suas declarações mais moderadas em mais de uma década, os líderes chineses sinalizaram na segunda-feira que estão prontos para implementar qualquer estímulo necessário para conter o impacto das tarifas comerciais esperadas dos EUA no crescimento econômico do próximo ano.
Banco Central Europeu
Os mercados europeus operam entre perdas e ganhos, enquanto os investidores aguardam os últimos dados de inflação dos EUA. Já o Banco Central Europeu (BCE) decide os rumos dos juros amanhã (12).
Mercados asiáticos
As ações em Hong Kong caíram, enquanto as chinesas registraram alta nesta quarta-feira, quando teve início uma reunião econômica anual em Pequim. Os mercados de Taiwan e Austrália também recuaram, enquanto as ações sul-coreanas avançaram pelo segundo pregão consecutivo, dando sequência a uma recuperação após a breve imposição de lei marcial na semana passada, que desencadeou uma crise política no país. O presidente chinês, Xi Jinping, lançou uma investigação contra a Nvidia e impôs restrições à exportação de materiais raros com aplicações militares, ganhando terreno em uma potencial guerra comercial com os Estados Unidos. Além disso, Pequim limitou a venda de componentes estratégicos usados na fabricação de drones para os EUA e Europa.
Reunião do Banco Central
O foco se volta nesta quarta-feira para dados de inflação nos Estados Unidos, enquanto o mercado nacional aguarda o resultado da última reunião de política monetária do Banco Central no ano e acompanha o estado de saúde do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os dados de inflação que serão divulgados às 10h30 (horário de Brasília) podem colocar o Federal Reserve no curso de cortar os juros novamente. Os investidores estão cautelosos porque, com uma chance de 85% de um corte na taxa básica na próxima semana precificada e os índices de Wall Street em torno de máximas recordes, o potencial de decepção existe. A expectativa em pesquisa da Reuters é de alta em novembro de 0,3% sobre o mês anterior tanto do índice cheio quanto do núcleo. No fim do dia as atenções se voltam para a última reunião do Comitê de Política Monetária sob o comando do presidente do BC Roberto Campos Neto. Pesquisa da Reuters aponta que a autoridade monetária deve intensificar sua campanha de alta dos juros com um aumento de 0,75 ponto percentual, mas operadores veem uma chance de 47% de um aumento de um ponto. Ainda na pauta nacional, ficam no radar a saúde de Lula após ele passar por uma cirurgia de emergência no crânio e a publicação na véspera de portaria detalhando procedimentos e prazos para a liberação de emendas parlamentares, instrumento no centro de um mal-estar entre o Executivo e o Legislativo. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse que vai trabalhar por um consenso para que medidas do pacote fiscal possam ser votadas ainda nesta semana. (Reuters)
Júlio Rossato