Governo de São Paulo anuncia reforma completa do Estádio Ícaro de Castro Mello
O Estádio Ícaro de Castro Mello, em São Paulo, passará por uma reforma completa que inclui restauração de vestiários e reforma da pista de atletismo, seguindo as especificações da World Athletics, a federação internacional de atletismo. A reforma também prevê estruturas de acessibilidade para pessoas com deficiência. O estádio foi centro de uma polêmica ao ser destruído para sediar um evento de drift no início deste ano, mas foi realocado posteriormente por causa de críticas.
O espaço é conhecido por ser palco de treinos de atletas olímpicos e referência para o atletismo. Segundo o governo estadual, a expectativa é que o local possa novamente ser ocupado para treinamentos e formação de atletas. A Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) e a Federação Paulista de Atletismo participaram do desenvolvimento do processo licitatório e fizeram algumas orientações, como a construção de uma nona raia e pista de aquecimento.
O vencedor do certame é o Consórcio Estádio Olímpico Ibirapuera, encabeçado pela OCC Construções e Participações S/A, responsável pela reforma do Mangueirão, em Belém, referência no atletismo brasileiro. O próximo passo é a assinatura da ordem de serviço para que as obras comecem, o que depende de uma autorização do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Preservação histórica e acessibilidade
Além de cumprir requisitos para o atletismo, a reforma prevê a preservação integral das características e elementos tombados e o atendimento às normas e à legislação vigentes, com destaque para a acessibilidade, proteção contra incêndio e ao código sanitário estadual. A estrutura histórica será preservada e recuperada em concreto, com incremento de uma plataforma metálica para acomodar pessoas com deficiência. Também serão instalados dois telões, novos guarda corpos para segurança do público, mais de 11 mil assentos e módulos sanitários com acessibilidade.
O projeto é fruto de uma imersão feita na Itália, em maio, com foco no restauro de bens históricos, inclusive de equipamentos esportivos. “Essa união (entre pastas) é fundamental para entregarmos aos paulistas um Complexo Ibirapuera que seja referência para a prática esportiva, seja em treinamentos ou em competições de alto nível”, avalia o secretário de Desenvolvimento Urbano e Habitação, Marcelo Branco.
Assinatura da ordem de serviço
A assinatura da ordem de serviço para o início das obras depende de uma autorização do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O órgão federal tombou todo o Complexo do Ibirapuera, em novembro. Em 2021, o local já havia recebido um tombamento emergencial provisório diante do plano do governo de transformar o ginásio em um shopping center. O tombamento não interfere na reforma, já que o projeto da reforma é adaptado conforme as diretrizes do Iphan. Após o início das obras, o restauro tem previsão de durar 16 meses.
O estádio foi usado como hospital durante a pandemia e já sediou partidas da elite do futebol brasileiro na década de 1990. Em 1996, 2.544 pagantes acompanharam a vitória do Corinthians por 3 a 1 contra o Fluminense, pelo Brasileirão.
Júlio Rossato