Bitcoin cai mais de 10% desde recorde histórico nos EUA
O Bitcoin (BTC) acumulou uma queda de mais de 10% desde o recorde histórico registrado no início da semana, em meio a uma redução nas expectativas por um afrouxamento monetário nos Estados Unidos, o que enfraqueceu o apetite especulativo.
O preço da maior criptomoeda do mundo chegou a cair para US$ 95.234 por volta das 6h desta sexta-feira (20), após atingir uma máxima de US$ 108 mil. O movimento de baixa afetou ainda mais tokens menores, como Ethereum (ETH) e Dogecoin (DOGE).
Na quinta-feira, um grupo de ETFs nos EUA que investem diretamente em Bitcoin registrou uma saída líquida recorde de US$ 680 milhões, segundo dados compilados pela Bloomberg, encerrando uma sequência de 15 dias de entradas contínuas.
Causa principal da correção foi o posicionamento excessivamente otimista do mercado
Segundo Strahinja Savic, chefe de dados e análises da FRNT Financial, “é bem típico” observar correções desse tipo em mercados de alta. A QCP Capital destacou em nota que a causa principal dessa correção foi o posicionamento “excessivamente otimista” do mercado.
A postura mais hawkish (inclinada ao aumento de juros) do Federal Reserve na quarta-feira pesou sobre a maioria dos ativos de risco. Ainda assim, o Bitcoin acumula alta de quase 50% desde a vitória pró-cripto de Donald Trump nas eleições presidenciais dos EUA, em 5 de novembro.
“Parece ser uma realização de lucros típica de fim de ano,” afirmou Edward Chin, da Parataxis. “Não houve nada fundamental que tenha desencadeado a liquidação.”
Expectativa de menos cortes de juros pelo Fed em 2025 pode ter influenciado a queda
Com a expectativa de menos cortes de juros pelo Fed em 2025, alguns investidores podem estar reduzindo sua exposição e realizando lucros.
“Tecnicamente, a cautela é recomendada no curto prazo,” escreveu Chris Weston, chefe de pesquisa do Pepperstone Group, em nota. “Isso não significa que veremos um colapso de preços em breve, mas o momentum claramente perdeu força, e os compradores perderam o domínio e o controle sobre os preços.”
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Júlio Rossato
