Governo Biden investiga semicondutores chineses
O governo Biden anunciou nesta segunda-feira (23) uma investigação comercial de última hora sobre semicondutores de “legado” fabricados por chineses, que pode resultar em mais tarifas dos EUA sobre chips da China que alimentam produtos de uso diário, de automóveis a máquinas de lavar e equipamentos de telecomunicações.
A investigação “Seção 301”, lançada apenas quatro semanas antes da posse do presidente eleito Donald Trump, em 20 de janeiro, será entregue ao próximo governo em janeiro para ser concluída, disseram autoridades do governo Biden.
O esforço poderia oferecer a Trump um caminho pronto para começar a impor algumas das pesadas tarifas de 60% que ele ameaçou sobre as importações chinesas.
Proteção aos produtores de chips norte-americanos
O gabinete do Representante de Comércio dos EUA (USTR, na sigla em inglês), conduzirá a nova investigação para proteger os produtores de chips norte-americanos e outros fabricantes de chips orientados para o mercado contra o aumento maciço do fornecimento interno de chips impulsionado pela China.
A representante de Comércio dos EUA, Katherine Tai, disse que a agência comercial encontrou evidências de que Pequim está visando o setor de semicondutores para dominação global, semelhante ao seu acúmulo de aço, alumínio, painéis solares, veículos elétricos e minerais essenciais.
Comentários públicos e audiência
O governo Biden começará a aceitar comentários públicos sobre a investigação em 6 de janeiro e planeja uma audiência pública para 11 e 12 de março, de acordo com um aviso do Federal Register sobre a investigação. Não está claro se a escolha de Trump para liderar o USTR, Jamieson Greer, um advogado comercial e ex-chefe do USTR durante o primeiro governo de Trump, será confirmada pelo Senado dos EUA até lá.
A investigação está sendo conduzida de acordo com a Seção 301 da Lei de Comércio de 1974, o mesmo estatuto de práticas comerciais desleais que Trump invocou para impor tarifas de até 25% sobre cerca de 370 bilhões de dólares em importações chinesas em 2018 e 2019, desencadeando uma guerra comercial de quase três anos com Pequim.
Júlio Rossato