Ações da Petrobras encerram 2024 com valorização de 16,71%
As ações da Petrobras (PETR4) encerram 2024 com um desempenho que chamou a atenção do mercado, mesmo diante de um cenário repleto de desafios.
Desde o primeiro dia de negociação de 2024 até o dia 26 de dezembro, as ações acumularam uma valorização de 16,71%, destacando-se no mercado mesmo com as turbulências enfrentadas.
A estatal enfrentou mudanças significativas em sua liderança, registrou resultados financeiros negativos e manteve sua posição como uma das maiores distribuidoras de dividendos da Bolsa de Valores brasileira.
Substituição na Presidência
Um dos eventos mais marcantes de 2024 foi a substituição de Jean Paul Prates por Magda Chambriard como Presidenta da Petrobras, em maio. A troca ocorreu após divergências sobre a política de dividendos da empresa, uma questão sensível que gerou preocupações sobre a crescente interferência política na estatal.
Apesar da reação inicial negativa do mercado, a nova gestão tomou medidas estratégicas importantes, como o aumento de 7% no preço da gasolina em julho. Esse reajuste foi o primeiro em quase um ano e teve como objetivo alinhar os preços domésticos ao mercado internacional, além de tentar afastar temores de ingerências na política de preços.
Consolidação no mercado
Essas movimentações provocaram oscilações significativas nos papéis da Petrobras. Após atingirem seu topo histórico em maio, foi possível observar uma realização de lucros por parte dos investidores, levando as ações a um período de consolidação, marcado pelo equilíbrio entre as forças compradoras e vendedoras.
Embora o segundo trimestre de 2024 tenha sido marcado pelo primeiro prejuízo da empresa em quatro anos, no valor de R$ 2,6 bilhões, a Petrobras surpreendeu o mercado ao continuar distribuindo dividendos robustos.
Análise técnica
A análise técnica das ações da Petrobras indica um cenário de consolidação no gráfico mensal, com os preços oscilando entre o suporte em R$ 30,92 e a resistência em R$ 37,90. Esse movimento reflete um período de equilíbrio no mercado, onde os investidores aguardam um movimento que possa definir a continuação da tendência de alta ou uma possível correção dos preços.
Para que as ações continuem um movimento de alta consistente, será fundamental que os preços rompam com volume a resistência de R$ 37,90, o que abrirá espaço para buscar novos alvos em R$ 39,59 e R$ 42,08 no médio prazo.
Já no gráfico mensal, o comportamento técnico reforça a consolidação entre os R$ 30,92 e os R$ 37,90. As médias móveis aritméticas de 21, 50 e 200 períodos continuam alinhadas e inclinadas para cima, indicando uma tendência de alta de longo prazo ainda intacta.
No entanto, para que as ações de Petrobras alcance novos topos históricos, será crucial que haja a atuação da ponta compradora fazendo com que os preços rompam a resistência de R$ 37,90, o que poderá levar os papéis aos próximos níveis em R$ 45,95, R$ 48,67 e mais acima em R$ 51,39 no longo prazo.
Júlio Rossato