Influenciadores digitais promovem investimentos de alto risco
No mundo dos investimentos, uma nova figura tem se destacado, o influenciador digital. Nas redes sociais, plataformas como YouTube, Instagram e TikTok são cada vez mais utilizadas por criadores de conteúdo que promovem métodos de investimento, especialmente em mercados de alto risco como Forex (Foreign Exchange) e CFDs (Contracts For Difference).
Com promessas de lucros rápidos e métodos aparentemente simples, esses influenciadores se tornaram um importante canal de captação para corretoras estrangeiras, que atuam de forma irregular no Brasil.
CVM alerta sobre os riscos
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), órgão responsável pela fiscalização do mercado de valores mobiliários no Brasil, emitiu alertas importantes sobre esses produtos financeiros, destacando a ilegalidade de suas operações no país.
Essas operações, promovidas por corretoras irregulares, são ilegais no Brasil e apresentam riscos elevados para os investidores. A CVM reforça a importância de buscar instituições confiáveis e evitar operações ilegais, protegendo o patrimônio contra possíveis fraudes e perdas.
O perigo da publicidade enganosa
Influenciadores digitais, que se apresentam como “traders” ou especialistas em finanças, têm cada vez mais seguidores, especialmente jovens em busca de alternativas de investimento. Para muitos desses influenciadores, o investimento em Forex e CFDs se tornou uma fonte de conteúdo e, ao mesmo tempo, uma oportunidade de monetização. O que eles promovem, geralmente, é a possibilidade de ganhar dinheiro com a variação de moedas e ativos, utilizando corretoras estrangeiras que oferecem alta alavancagem, o que pode multiplicar tanto os ganhos quanto as perdas.
Essa publicidade cria um ambiente que transforma o investimento em uma atividade fácil e acessível, associando a imagem do influenciador a uma promessa de estilo de vida e sucesso financeiro.
Riscos e falta de transparência
Em muitos casos, os influenciadores compartilham resultados “positivos” de suas operações, vídeos de carros de luxo ou viagens, criando uma narrativa que estimula os seguidores a acreditarem que o sucesso financeiro está ao alcance de todos, desde que estejam dispostos a “arriscar”.
Porém, o que muitos seguidores não percebem é que esses influenciadores, em sua maioria, não são profissionais certificados e não têm formação adequada para aconselhar sobre investimentos.
Corretoras de Forex e CFDs, muitas vezes sediadas em países com regulamentação financeira limitada, têm se beneficiado do alcance dos influenciadores para atrair investidores no Brasil. Esses influenciadores são remunerados para promover a corretora, seja com comissões por cada novo cliente captado, seja com bônus sobre o volume negociado pelos seus seguidores. Esse modelo de parcerias cria um conflito de interesses significativo, pois o influenciador é incentivado a trazer o máximo de novos investidores, sem considerar se a operação é realmente vantajosa ou segura para o público.
Além disso, muitos influenciadores digitais omitem informações cruciais sobre o funcionamento do Forex e dos CFDs, como a questão da alavancagem e a alta volatilidade desses mercados.
Cuidados e recomendações
A CVM reforça a necessidade de cautela ao seguir recomendações de influenciadores, especialmente em mercados voláteis como Forex e CFDs. Para os investidores que desejam explorar o mercado financeiro com segurança, o ideal é procurar orientações de instituições financeiras devidamente autorizadas e certificadas.
No Brasil, os produtos regulamentados pela CVM e oferecidos por corretoras autorizadas estão sujeitos a normas de proteção ao investidor, o que reduz os riscos de fraude e aumenta a transparência das operações.
É importante que o investidor esteja atento e verifique sempre a regularidade da instituição antes de investir, especialmente em mercados não regulamentados como o Forex. A promessa de lucro fácil e rápido é, muitas vezes, uma armadilha para investidores desavisados.
As informações são do especial CFD e Forex, da série de alertas educacionais da CVM.
Equipe InfoMoney
Júlio Rossato