Presidente alemão dissolve Câmara Baixa do Parlamento e convoca eleições antecipadas
O presidente Frank-Walter Steinmeier dissolveu nesta sexta-feira (27) a Câmara Baixa do Parlamento da Alemanha, abrindo caminho para eleições antecipadas em 23 de fevereiro, após o colapso da coalizão tripartite do chanceler Olaf Scholz.
“Especialmente em tempos difíceis, como agora, a estabilidade exige um governo capaz de agir e maiorias confiáveis no Parlamento, razão pela qual as eleições antecipadas são o caminho certo para a Alemanha”, afirmou Steinmeier, em Berlim.
Em discurso, Steinmeier disse ainda que, após as eleições, a solução de problemas “deve voltar a ser a atividade principal da política”.
O presidente da Alemanha, cujo cargo tem sido “cerimonial” na era pós-guerra, também pediu que a campanha eleitoral seja conduzida de forma justa e transparente.
“A influência externa é um perigo para a democracia, seja ela encoberta, como foi evidentemente o caso recentemente nas eleições romenas, ou aberta e flagrante, como está sendo praticada atualmente de forma particularmente intensa na plataforma X”, afirmou.
Coalizão governista perde maioria legislativa
Scholz, um social-democrata que chefiará um governo interino até que um novo governo possa ser formado, perdeu a votação de confiança no Parlamento neste mês, depois que a saída dos Democratas Livres do ministro das Finanças, Christian Lindner, deixou sua coalizão de governo sem uma maioria legislativa.
A votação também deu início à campanha eleitoral, com o oponente conservador Friedrich Merz, que as pesquisas sugerem que provavelmente substituirá Scholz, afirmando que o governo atual impôs regulamentações excessivas e sufocou o crescimento.
Disputa entre partidos
Os conservadores mantêm uma vantagem confortável de mais de 10 pontos sobre os social-democratas (SPD) na maioria das pesquisas. A Alternativa para a Alemanha (AfD), de extrema-direita, está ligeiramente à frente do SPD, enquanto os Verdes, um parceiro de coalizão, estão em quarto lugar.
Os principais partidos se recusam a governar com o AfD, mas sua presença complica a aritmética parlamentar, tornando mais provável a formação de coalizões instáveis.
Fonte: Reuters
Júlio Rossato