Ação da Eneva cai após regras de leilão
A ação da Eneva (ENEV3) caiu 9,31% na primeira sessão de 2025, chegando a atingir uma mínima intradia desde maio de 2020, devido às regras finais divulgadas pelo Ministério de Minas e Energia para o leilão de energia.
As novas regras impedem a Eneva de recontratar usinas do complexo Parnaíba, no Maranhão, como as térmicas a gás P1 e P3 (854 MW), devido à sobreposição esperada de início de contrato dos contratos atuais. Além disso, usinas de combustíveis fósseis, exceto gás natural, não serão permitidas no leilão.
Impacto nas ações
Para a Eneva, as novas diretrizes afetarão principalmente suas usinas competitivas Parnaíba I e III, embora ainda possa competir com projetos greenfield próximos à usina CELSE em Sergipe. O JPMorgan avalia que o pior cenário significa um impacto de R$ 2 por ação para ENEV3, mas um cenário mais razoável é de R$ 0,50 por ativo dada a futura renovação.
Por outro lado, Copel, Auren e Eletrobras são os principais beneficiários dessas novas regras. A Eletrobras tinha uma preocupação potencial em relação às suas usinas sob o regime de cotas, que foi esclarecida pelas diretrizes publicadas.
Análise do BTG Pactual
O BTG Pactual avalia que a reação da Eneva foi desproporcional e há uma oportunidade assimétrica para os ativos. As regras do leilão parecem favorecer capacidade novas em detrimento de capacidade existente, o que não faz muito sentido, já que o Brasil precisa de mais energia nos níveis de pico de demanda. A nova capacidade também apresenta o risco de não ser construída a tempo.
Os analistas recomendam uma operação long (compra) para Eneva e short (venda) para Cemig (CMIG4).
Fonte: InfoMoney
Júlio Rossato