Ibovespa fecha em alta impulsionado pela Petrobras e setor bancário
O índice de referência do mercado acionário brasileiro, Ibovespa, fechou em terreno positivo nesta terça-feira (07/01), apoiado no bom desempenho das ações da Petrobras e do setor bancário, com destaque para o BTG Pactual, que anunciou acordo para comprar a unidade brasileira do banco suíço Julius Baer. O Ibovespa subiu 0,95%, a 121.162,66 pontos, tendo marcado 121.713,23 pontos na máxima e 120.022,23 pontos na mínima da sessão. O volume financeiro somou 21,06 bilhões de reais.
Recuperação da queda
Os dois últimos pregões ajudaram a trazer o Ibovespa de volta aos 121 mil pontos, depois que incertezas fiscais e preocupações com a inflação e um dólar fortalecido ante o real pressionaram o índice, principalmente no final de 2024. Mas os analistas destacaram que o momento ainda exige certa cautela, apesar do leve vislumbre de uma mudança de direção. "Importante o investidor entender que após um período longo de queda, sempre abre uma janela de oportunidade. Porém, o momento segue de cautela e de reduzir a volatilidade da carteira", acrescentaram Fábio Perina, Lucas Piza e Igor Caixeta, do Itaú BBA, em análise técnica Diário do Grafista.
Bolsas dos EUA em baixa
O desempenho do Ibovespa no dia contrastou com os índices acionários nos Estados Unidos, que recuaram após dados mostrarem que a economia norte-americana permaneceu forte no final de 2024, alimentando incertezas sobre o ritmo de flexibilização monetária que o Federal Reserve pode adotar este ano. "O mercado começa a ficar na dúvida se vai existir uma vontade (por parte do Fed) de abaixar os juros", afirmou Daniel Faria, sócio da Corano Capital.
Cena doméstica
Na cena doméstica, o governo federal encerrou 2024 com um déficit primário de 0,1% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo informado nesta terça-feira pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em entrevista à GloboNews. Caso o dado seja confirmado, o governo terá cumprido a meta fiscal de 2024, que prevê déficit zero, com tolerância de 0,25 ponto percentual do PIB para mais ou para menos. O dado oficial do resultado primário do ano ainda não foi divulgado. Haddad também reconheceu falhas na comunicação do governo, citando como exemplo o anúncio da isenção de Imposto de Renda para quem ganha até 5 mil reais em conjunto com as medidas de ajustes nas despesas públicas, algo que estressou o mercado. Ele disse que o Executivo está buscando uma coesão de discurso.
Destaque em ações
As ações que se destacaram no dia foram:
- BTG PACTUAL UNIT subiu 1,78%, arrefecendo a alta, que chegou a 4% no melhor momento, após fechar acordo para comprar a unidade de gestão de patrimônio doméstico do banco suíço Julius Baer no Brasil por 615 milhões de reais.
- PETROBRAS PN avançou 2,13%, acompanhando a alta do petróleo no exterior, onde o barril de Brent fechou com valorização de 0,98%, a 77,05 dólares.
- ITAÚ UNIBANCO PN fechou com acréscimo de 1,09%, em mais uma sessão positiva para papéis bancários, enquanto BANCO DO BRASIL ON subiu 1,21%, SANTANDER BRASIL ON avançou 1,54% e BRADESCO PN ganhou 1,40%.
- ULTRAPAR ON subiu 3,66%, após o JPMorgan elevar a recomendação do papel para "overweight", mencionando um valuation atrativo de 4,9 vezes o valor da empresa pelo Ebitda (EV/Ebitda) esperado para 2025.
- VALE ON perdeu 0,97%, diante do recuo nos preços futuros do minério de ferro, que foram pressionados pelo aumento dos estoques do ingrediente de fabricação de aço e pela decepção com a falta de mais estímulos monetários na China.
- SABESP ON ganhou 1,33%, a 89,24 reais, ampliando a alta da sessão anterior.
- HAPVIDA ON disparou 9,17%, liderando os ganhos percentuais do Ibovespa, seguida por AUTOMOB ON, uma fusão da Vamos Concessionárias com a Automob, que subiu 6,06%.
- AZUL PN caiu 2,33%, em movimento de ajuste após fechar com alta superior a 14% na sessão anterior, diante de renegociação de débitos com a União.
Júlio Rossato