Patrimônio líquido dos fundos de investimento no Brasil alcança R$9,2 trilhões em 2024
Segundo dados divulgados pela Anbima, o patrimônio líquido dos fundos de investimento brasileiros cresceu 10,1% em 2024 em relação ao ano anterior, alcançando R$9,2 trilhões, o maior patamar da história no fechamento de um ano. A renda fixa foi o grande motor de captação da indústria no ano, com R$243 bilhões captados pelos fundos que investem na classe até dezembro. Os FIDCs (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios) tiveram captação líquida de R$113,5 bilhões, seguidos por fundos de previdência (R$34,7 bilhões) e FIPs (Fundos de Investimento em Participações), que captaram R$34,6 bilhões.
Renda fixa puxa crescimento da indústria
De acordo com Pedro Rudge, diretor da Anbima, a renda fixa foi a locomotiva que puxou o resultado positivo de 2024. Os títulos públicos seguem como os mais relevantes no patrimônio dos fundos que investem em renda fixa, mas perdem espaço para o crédito privado a cada ano. Em dezembro de 2020, 51,3% do patrimônio da classe estava investido em títulos públicos e 8,9% em papéis como debêntures, CRIs e CRAs. A Anbima mostra que 2024 termina com participação de 43,9% de títulos federais e 16,4% do crédito privado.
Desempenho das classes de ativos
Em mais um ano decepcionante, os fundos que investem em diversas classes de ativos entregaram rentabilidade abaixo do CDI, com exceção do segmento que foca no exterior. Os fundos de ações tiveram um período difícil com o Ibovespa caindo 10,4% em um ambiente desafiador, com fundos que investem em small caps acumulando o pior desempenho: -22%. Os multimercados sofreram resgate relevante de R$356,7 bilhões, em um movimento que afetou todo o segmento. Já os fundos que investem em crédito privado subiram de 1.389 em novembro de 2023 para 2.070 no fechamento de novembro do ano passado. Os fundos de debêntures incentivadas explodiram de 456 para 1.201 no período.
Júlio Rossato