Ações da Vale apresentam queda em 2024 e no início de 2025
No acumulado de 2024, as ações da Vale (VALE3) apresentaram queda de cerca de 23%, o pior retorno desde 2015. Já em 2025, nos primeiros cinco dias do ano, as ações da VALE3 caíram 5,5%, devido ao desempenho negativo do minério de ferro, que caiu cerca de 15% em 2024. Esse período foi marcado por queda de preços devido à demanda fraca da China, altos estoques e margens apertadas das siderúrgicas. A tendência se mantém neste ano, com os principais contratos atingindo mínimas em sete semanas em meio a recentes decepções com estímulos da China.
Analistas de mercado são cautelosos
Apesar desse cenário, alguns analistas de mercado afirmam que ainda é possível ser otimista com as ações da Vale. O Citi destaca que, mesmo com a queda do minério afetando as ações da Vale, VALE3 oferece dividendos suficientes para compensar o investimento. O Bradesco BBI também segue otimista com VALE3, sendo a única recomendação de compra, enquanto rebaixou Gerdau (GGBR4) e Usiminas (USIM5) de compra para neutra. Por outro lado, há uma parte do mercado que segue sendo cética com as ações, conforme evidenciado pelas recomendações compiladas pela LSEG/Reuters.
Previsão do banco Citi
O banco Citi estima um lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) de US$ 13,8 bilhões para a Vale em 2025. A estimativa do banco é de que o preço do minério de ferro fique em US$ 95 por tonelada em 2025, uma queda de cerca de 10% frente o fechamento de 2024. Contudo, mesmo com a queda, haverá equilíbrio entre oferta e demanda. O Citi vê os ativos de minério de ferro como subvalorizados pelo mercado e aponta que eles têm sido, de longe, a maior vaca leiteira para a indústria global de mineração nos últimos 50 anos.
Conclusão
A Vale deve reverter o pessimismo se acelerar a geração de caixa e a remuneração aos acionistas. A Vale é a ação preferida no setor de Mineração e Siderurgia do BBA em função do valuation mais atrativo e melhor geração de caixa e com dividend yield de 8%. Porém, a previsão do banco BTG Pactual é de mais revisões negativas para a empresa em 2025, à medida que os investidores ‘marcam a mercado” um ambiente de preços de minério de ferro materialmente mais fraco à frente.
Júlio Rossato