Presidência do IBGE rebate críticas de servidores
Em meio à crise interna que se arrasta há meses, a presidência do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ocupada por Marcio Pochmann, divulgou na quarta-feira, 15, um comunicado rebatendo as críticas que tem recebido de servidores, representados pelo sindicato da categoria. No texto, a presidência fala em “conflitos de interesses individuais e particulares frente à missão institucional do IBGE”, “riscos de manipulação” e “difusão e repetição constante de inverdades”, sugerindo que o instituto recorrerá à justiça contra as críticas recebidas.
Um dos principais estopins para a crise entre a presidência e trabalhadores foi a criação da fundação de direito privado IBGE+, apelidado de “IBGE paralelo”. A executiva nacional do sindicato de trabalhadores do IBGE, Assibge-SN, afirma que a medida foi implementada “de forma sigilosa e sem consulta aos servidores, em julho de 2024”.
Além da fundação IBGE+, os trabalhadores se queixam de decisões da gestão Pochmann sobre a transferência de trabalhadores de um prédio alugado no centro do Rio de Janeiro para uma instalação do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) na zona sul da capital fluminense, além do encerramento do regime de trabalho integralmente remoto. A reação do sindicato e de parte dos trabalhadores à determinação de retorno ao trabalho parcialmente presencial teria sido desencadeada “em defesa de interesses particulares e contrariados pelo fim do regime remoto integral”, acusou o texto de Pochmann.
Servidores reivindicam diálogo e esclarecimentos
Nos últimos meses, o sindicato dos servidores do IBGE tem conduzido diferentes mobilizações de trabalhadores, incluindo paralisações temporárias, contra o que chamam de “autoritarismo” da gestão Pochmann. Os servidores reivindicam diálogo e esclarecimentos da atual direção sobre medidas como a criação da fundação de direito privado IBGE+, alteração no estatuto do instituto, mudança de locais de trabalho de funcionários e extinção do trabalho totalmente remoto.
Júlio Rossato