Lua é adicionada à lista de patrimônios culturais ameaçados
A Lua foi oficialmente adicionada à lista de patrimônios culturais ameaçados, uma decisão motivada por preocupações sobre o potencial saque e destruição de artefatos deixados pelas missões lunares, conforme indicado pelo World Monuments Fund (WMF), organização voltada à catalogação e preservação do patrimônio cultural mundial.
Segundo a entidade, a inclusão da Lua na lista reflete os riscos crescentes associados às atividades comerciais planejadas no espaço, que estariam sendo realizadas sem protocolos adequados de preservação.
Lista do WMF
Tradicionalmente, a lista do WMF inclui locais culturais vulneráveis na Terra. A seleção deste ano, a primeira desde 2022, também abrange o Qhapaq Ñan, um sistema de estradas pré-hispânicas dos Andes, além de regiões da Turquia e do Japão que foram danificadas por terremotos.
Bénédicte de Montlaur, presidente e CEO do WMF, destacou que a Lua foi incluída na lista de 25 locais devido ao “aumento dos riscos em meio a atividades lunares aceleradas”.
Viagens privadas à superfície lunar
Com a expectativa de viagens privadas à superfície lunar após a missão Artemis III da NASA, programada para o meio de 2027, o WMF expressa preocupação com a possível perturbação de locais históricos, como as pegadas deixadas por Neil Armstrong e Buzz Aldrin.
Montlaur enfatizou a importância de reconhecer e preservar os artefatos que testemunham os primeiros passos da humanidade além da Terra. Ela destacou que itens como a câmera que capturou a transmissão do pouso lunar e um disco memorial deixado pelos astronautas são emblemáticos desse legado.
Outros locais ameaçados
A lista de patrimônios ameaçados também inclui locais em zonas de conflito, como a Ucrânia e Gaza, e áreas em risco devido à crise climática. O litoral swahili da África, que abrange locais como a cidade velha de Lamu e o Forte Jesus, no Quênia, também está na lista, assim como a Ilha de Moçambique, ameaçada pela erosão costeira. O WMF também identificou locais que poderiam se beneficiar de um turismo mais sustentável, como os mosteiros ortodoxos do Vale de Drino, na Albânia.
Júlio Rossato