Renda Fixa: Brasil x EUA
Em tempos de incerteza na economia, a renda fixa é vista como porto seguro pelos investidores. Com a turbulência chegando ao Brasil, os agentes do mercado monitoram os movimentos do presidente americano, Donald Trump, para decidir onde investir. O mercado de Treasuries vem se comportando como um fiscalizador da economia americana, elevando o rendimento dos papéis para cerca de 5% ao ano nos vencimentos mais longos.
Renda Fixa Brasileira ou Americana?
As semelhanças entre as políticas econômicas republicana e petista podem ser vistas pelos mercados. Enquanto Trump assume o poder, a percepção é que suas medidas devem elevar a inflação e ameaçar a trajetória da dívida americana. O pessimismo com a política fiscal é o principal motivo para a forte abertura dos juros no Brasil, que faz o Tesouro Prefixado 2035 sair de remuneração de 10,66% em fevereiro de 2024 para 15,07% atualmente.
Comparando as Opções
Apesar das taxas altas, os analistas não chegam a um consenso sobre a queda dos juros. Enquanto a perspectiva nos EUA depende da postura de Trump, no Brasil, o efeito da atuação do Banco Central no aperto monetário pode controlar a inflação e fazer as taxas cederem no segundo semestre. A comparação entre as rendas fixas americana e brasileira não é simples, pois são ativos denominados em moedas diferentes e com riscos distintos. Quem compra títulos do Tesouro americano também está sujeito à valorização ou depreciação do câmbio, enquanto o Tesouro Selic protege o investidor da volatilidade de opções com remuneração integral ou parcialmente prefixada.
Diversificação
Uma estratégia eficiente pode ser a alocação gradual em ambas as rendas fixas, diluindo riscos e aproveitando os momentos favoráveis do mercado. Os especialistas recomendam uma carteira saudável com títulos de renda fixa do Tesouro americano e brasileiro. A escolha do vencimento precisa passar pelo objetivo do investidor e o peso das geografias nas carteiras pode variar.
Como Investir
Os papéis podem ser comprados via corretoras internacionais ou indiretamente via fundos de gestão passiva ou ativa. Há também fundos brasileiros com gestão ativa que investem em renda fixa local e ETFs que replicam índices que acompanham a variação dos papéis.
Júlio Rossato