Passeata e espetáculo de dança homenageiam vítima de feminicídio

Passeata e espetáculo de dança marcam cinco anos do assassinato de Magó

No dia 26 de janeiro de 2020, a bailarina Maria Glória Poltronieri Borges, a Magó, foi encontrada morta em uma área de mata numa cachoeira em Mandaguari. Magó tinha 25 anos e foi vítima de feminicídio.

O luto da família Poltronieri Borges se transformou em luta e em arte. Ana Clara, irmã de Magó, e Tânia Farias, criaram o espetáculo de dança Amana, que conta a história de duas irmãs separadas por uma tragédia. É um espetáculo de poesia, memória e resistência contra o feminicídio.

Como parte desta luta, o espetáculo será apresentado no Centro de Convenções Dr. Décio Bacelar, em Mandaguari, às 20h. Antes, pela manhã, uma passeata sairá da Praça Independência até a Praça Bom Pastor, também em Mandaguari. A concentração começa às 9h.

Mandaguari se mantém firme na luta contra o feminicídio

Mandaguari foi onde o crime aconteceu e é a comarca onde corre o processo contra o réu. A família de Magó se mantém firme na luta enquanto aguarda o julgamento, diz a mãe Daisa Poltronieri.

“Eu acho que a justiça já está sendo feita por tirar um sujeito como esse de convívio com a sociedade. Ele se mantém preso. Todas as tentativas [de soltá-lo] não foram aceitas pela justiça. Ele com certeza vai ser julgado pelo júri popular e nós apostamos demais na justiça. Infelizmente há essa morosidade, são cinco anos que a família sofre com essa espera. Mas dessa forma nós criamos muita força e, assim o nosso luto foi transformado em luta, em arte, nós temos conscientizado muitas pessoas, nós temos conscientizado muitas classes, a sociedade de Maringá”, diz Daísa.

Em Maringá também haverá um ato para marcar os cinco anos do assassinato de Magó. Será uma caminhada da Praça da Catedral, a partir das 9h, até o Teatro Reviver Magó, onde haverá apresentações artísticas.

Conscientização sobre o feminicídio

A família de Magó realiza a passeata e o espetáculo de dança para conscientizar as pessoas sobre a gravidade do feminicídio e pedir por justiça para as vítimas e suas famílias.