Morgan Stanley destaca oportunidades de 'bottom fishing' em ações do Brasil
O Morgan Stanley segue underweight (exposição abaixo da média) em ações do Brasil dentro do portfólio para a América Latina. Contudo, os estrategistas do banco americano destacam que há oportunidades de “bottom fishing”. Trata-se de uma estratégia de comprar ações ou ativos financeiros que estão sendo negociados a preços baixos.
Para isso, os estrategistas ressaltam a escolha de ações com um bom ROE (retorno sobre patrimônio líquido) e valuations baixos.
Desafios do Brasil para retomar confiança em relação ao fiscal
“Continuamos underweight e estamos firmemente olhando para nossa operação de Texas Trade (apostas em ações do petróleo e agro)”, avalia o Morgan, apontando ainda os desafios que o Brasil tem para retomar a confiança em relação ao fiscal.
Enquanto os mercados de câmbio e ações brasileiros estão flutuando em torno do território de mercado em baixa, a economia e os lucros estão se mantendo fortes.
Exportadores de crescimento sustentável em petróleo e agricultura
“A maior parte das ações no Brasil está barata e preferimos a relação de risco-recompensa de exportadores de crescimento sustentável em petróleo e agricultura”, avaliam os estrategistas, ressaltando que o Brasil não é apenas um dos mercados de ações mais baratos do mundo, mas também como um com os maiores ROEs.
Para os especialistas, isso pode ajudar a explicar por que os investidores de emergentes globais continuam a manter uma grande posição no país, apesar de uma exposição baixa dos investidores nacionais.
Ações recomendadas pelos estrategistas
A equipe de estratégia destaca as ações que podem ser boas escolhas, mesmo no cenário desafiador para o Brasil. São elas: Banco do Brasil (BBAS3), JBS (JBSS3), Bradesco (BBDC4), Itaú (ITUB4), Minerva (BEEF3), XP (BDR: XPBR31), Cyrela (CYRE3), B3 (B3SA3) e Nubank (BDR: ROXO34), empresas que têm alta classificação em sua lista e que são classificadas como overweight ou EW (equalweight, exposição em linha com a média) pelos analistas fundamentalistas.
No caso de JBS e Minerva, os analistas destacam o perfil voltado para o setor externo e exposição vinculada ao “Texas Trade”.
Ações de serviços financeiros têm menos risco cíclico
Já do ponto de vista estratégico, os analistas preferem ações de serviços financeiros às ações de consumo discricionário.
“Isso ocorre porque vemos muito menos risco cíclico nestes segmentos. Esta também é a área mais provável para adicionarmos exposição se percebermos que estamos errados em nossa hipótese do Brasil ou se quisermos reduzir nosso risco de underweight para o Brasil”, avaliam.
Júlio Rossato