Pesquisa transforma cabelo humano em adubo para plantas
O cabelo humano descartado em salões de beleza e barbearias pode ser transformado em adubo. A pesquisa foi realizada pela mestranda em Ciências Ambientais da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), Gabriela Martines Gimenes, em parceria com os docentes Bruno Marcos Nunes Cosmo e Deysiane Lima Salvador da União Educacional do Médio Oeste Paranaense (Faculdade UNIMEO) em Assis Chateaubriand. Os resíduos de cabelo humano têm grande potencial como recurso benéfico para as plantas, devido à presença de nitrogênio em sua composição química. A queratina, proteína fibrosa rica em aminoácidos, composta por elementos como carbono, enxofre, oxigênio e nitrogênio, faz do cabelo um excelente adubo para enriquecer o solo e promover a atividade dos microrganismos. A expectativa é compreender melhor os resultados da pesquisa e, a partir disso, desenvolver um produto inovador para transformar o setor econômico dos salões de beleza e barbearias em empresas sustentáveis.
Contribuição para o ambiente e a economia
O setor capilar movimenta valores importantes para a economia nacional, como por exemplo na produção de perucas, mas ainda é pouco visto em ações sistêmicas voltadas ao gerenciamento ambientalmente seguro desses resíduos sólidos. A possibilidade de utilizar cabelo humano como matéria prima em atividades produtivas se enquadra bem no conceito de economia circular. Além de evitar o descarte incorreto do resíduo, pode diminuir a necessidade de fertilizantes químicos, que em excesso podem impactar os ecossistemas. Gabriela avalia uma grande oportunidade para o agronegócio, já que o Brasil é altamente dependente de importações de matérias-primas como o nitrogênio. O reaproveitamento de cabelo humano como uma fonte alternativa de nitrogênio orgânico promove ganhos ambientais e econômicos, posicionar o Paraná como pioneiro em um segmento inovador e sustentável.
Júlio Rossato