Tarifas de Trump podem afetar preços de abacate nos EUA
O amor dos americanos pelo guacamole está prestes a ser testado.
O México fornece mais de 90% dos abacates consumidos nos Estados Unidos, e o plano do presidente Donald Trump de impor tarifas de 25% sobre importações mexicanas a partir de sábado (1º) pode torná-los ainda mais caros.
Os preços dos abacates já subiram 14% em relação ao ano passado, mesmo com os custos gerais dos produtos agrícolas praticamente estáveis, segundo a NielsenIQ. A pressão deve aumentar ainda mais em 9 de fevereiro, quando ocorre o Super Bowl, o maior dia do ano para o consumo de abacates nos EUA.
Dependência dos EUA pelo México
Os abacates se tornaram um “item básico” na dieta dos americanos, segundo David Maloni, presidente da consultoria Datum FS. Isso cria um estudo interessante sobre o comportamento do consumidor, já que os EUA têm poucas alternativas para a fruta e vêm se tornando cada vez mais dependentes do México.
A situação se agrava devido à seca no México, que reduziu a colheita e afetou o tamanho médio da safra, tornando os grandes abacates — preferidos pelos americanos — mais escassos.
Impacto das exportações
A seca parece estar impactando as exportações. Nas primeiras quatro semanas de 2025, os embarques de abacates do México para os EUA caíram 26% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo o Rabobank. Ao mesmo tempo, o preço de uma caixa da fruta mais que dobrou.
Alternativas para importação
Fora do México, há poucas opções viáveis para importar abacates. O Peru exporta uma pequena quantidade de abacates para os EUA, mas pode redirecionar parte de sua safra da Europa para o mercado americano, segundo Gabriel Amaro, chefe da AGAP, associação peruana do setor agrícola.
“Esperamos que os mexicanos resolvam esse impasse, mas, enquanto isso, o Peru pode abastecer o mercado dos EUA”, disse Amaro. “É muito provável que essa seja uma oportunidade.”
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Júlio Rossato