Trump propõe reassentamento permanente de palestinos da Faixa de Gaza
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, propôs nesta terça-feira (4) o reassentamento permanente dos palestinos da Faixa de Gaza, devastada pela guerra, em países vizinhos, chamando o enclave de “local de demolição”, enquanto mantinha conversações fundamentais com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.
Trump repetiu seu apelo para que a Jordânia, o Egito e outros países árabes recebam os habitantes de Gaza, dizendo que os palestinos de lá não tinham alternativa a não ser abandonar a faixa costeira, que precisa ser reconstruída após quase 16 meses de uma guerra devastadora entre Israel e militantes do Hamas.
Reação dos palestinos
“Não sei como eles (palestinos) poderiam querer ficar”, disse Trump quando perguntado sobre a reação dos líderes palestinos e árabes à sua proposta. Sami Abu Zuhri, autoridade sênior do Hamas, condenou os apelos de Trump para que os habitantes de Gaza saiam como “expulsão de sua terra”.
Alguns defensores dos direitos humanos comparam a ideia de Trump à limpeza étnica. O deslocamento forçado da população de Gaza provavelmente seria uma violação da lei internacional e sofreria forte oposição não apenas na região, mas também pelos aliados ocidentais de Washington.
Pressão sobre Netanyahu
A reunião entre Trump e Netanyahu tinha como objetivo mostrar os laços estreitos entre o presidente e o primeiro-ministro de Israel após um período de relações tensas entre Netanyahu e Biden sobre a forma como Israel lidou com a guerra em Gaza. No entanto, Netanyahu pode sofrer pressão de um presidente norte-americano às vezes imprevisível, cujas metas políticas mais amplas para o Oriente Médio podem nem sempre corresponder aos interesses domésticos e geopolíticos de Netanyahu.
Júlio Rossato