Suspeitos Indiciados por Golpe Contra Empresário Falecido
A Polícia Civil do Rio de Janeiro indiciou três pessoas por suspeita de envolvimento em um golpe financeiro contra o empresário Itamar Serpa Fernandes, fundador da Embelleze, que faleceu em 2023. O prejuízo estimado chega a R$ 122,4 milhões.
Os indiciados são Monique Elias, ex-mulher de Itamar, seu filho, João Serpa, e o ex-companheiro de Monique, Mateus Palheiras. Monique tem usado suas redes sociais para negar as acusações e afirmar que acredita na Justiça para esclarecer os fatos.
De acordo com as investigações da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), o suposto golpe teria começado em 2012. A polícia aponta Monique como a mentora do esquema, alegando que ela teria utilizado um nome falso, “Jéssica Ferrez”, para enviar e-mails com falsas acusações contra os filhos de Itamar, com o objetivo de isolá-lo e influenciá-lo em decisões financeiras e sucessórias.
Com base nas apurações, Monique teria recebido R$ 74 milhões em cotas da empresa, além de imóveis e valores de seguro de vida. O caso ganhou grande repercussão e foi noticiado no programa Fantástico do último domingo (19).
A Embelleze, fundada em 1969 em Nova Iguaçu (RJ), tornou-se uma das principais marcas de cosméticos do país, com atuação em mais de 70 países. Nos últimos anos, a empresa se destacou pelo crescimento expressivo de produtos para cabelos cacheados e crespos.
Desde a morte de Itamar, a disputa sucessória na empresa se intensificou. Atualmente, a administração principal está nas mãos de Jomar Beltrame Fernandes, filho mais velho do fundador, após a morte do primogênito Claudio em 2011. A Vargas Marcas e Participações também participa da gestão, tendo entre seus sócios outros membros da família de Itamar.
A polêmica sobre a sucessão da empresa já se arrasta há quase uma década. Em 2014, a Embelleze esteve na mira da L’Oreal, que acabou optando por adquirir a concorrente Niely.
Em nota, a Embelleze diz “está acompanhando a investigação conduzida pelas autoridades” e que o assunto é “uma questão estritamente familiar, sem qualquer vínculo com as atividades ou os ativos da empresa”. “Seguimos comprometidos com os mais altos padrões de governança corporativa, pautados pela ética, transparência e responsabilidade”, afirma a companhia.
Paulo Barros
Jornalista pela Universidade da Amazônia, com especialização em Comunicação Digital pela ECA-USP. Tem trabalhos publicados em veículos brasileiros, como CNN Brasil, e internacionais, como CoinDesk. No InfoMoney, é editor com foco em investimentos e criptomoedas
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