Defesa de Braga Netto contesta denúncia de golpe no STF
Os advogados do general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil no governo Jair Bolsonaro, enviaram ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma síntese dos argumentos da defesa para tentar convencer os ministros da Primeira Turma a rejeitarem a denúncia do golpe. O memorial resume em dez páginas a argumentação da defesa prévia – de 173 laudas – encaminhada ao STF no início do mês. Os advogados José Luis Oliveira Lima, Rodrigo Dall’Acqua, Rogério Costa, Millena Galdiano e Bruno Dallari Oliveira Lima, que representam o ex-ministro, afirmam que a denúncia é “contraditória, fantasiosa e assumidamente sem compromisso com as provas” e que “os procedimentos que lhe precederam padecem de diversas ilegalidades”.
STF analisa denúncia da PGR que acusa Bolsonaro e aliados
Ex-presidente é acusado de liderar uma trama golpista, incitar atos violentos e depredação da Praça dos Três Poderes – ele nega. Braga Netto foi apontado como líder de organização criminosa armada, segundo a PGR. A defesa pede a rejeição das acusações.
Argumentos da defesa de Braga Netto
- Provas “frágeis” e “sonegadas”: a defesa alega falta de acesso a todo o acervo probatório e falta de individualização das condutas dos denunciados. - “Document Dump”: advogados reclamam de excesso de informações desorganizadas prejudicando o trabalho da defesa. - Acordo de colaboração premiada de Mauro Cid: apontam inconsistências nas versões do tenente-coronel e irregularidades na condução do acordo. - Vício na origem: investigação é contestada por ter sido aberta com base em inquérito irregular das milícias digitais. Advogados afirmam que o ministro agiu de forma irregular ao mandar investigar fatos já encerrados pela PGR.
Júlio Rossato