Ministro do STF justifica liberação de vídeos de delação premiada
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), justificou, nesta terça-feira (25), a decisão de liberar os vídeos contendo os depoimentos da delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. A declaração foi feita durante a leitura de seu voto no julgamento que decidirá se o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados serão formalmente acusados de tentativa de golpe de Estado.
Moraes explicou que a liberação dos vídeos teve como objetivo prevenir a atuação de milícias digitais, que, segundo ele, tentam manipular informações e intimidar o Judiciário.
“Eu tornei os vídeos da delação públicos no próprio dia [da apresentação da denúncia] para evitar a atuação das milícias digitais, que atuam, inclusive durante esse julgamento, para pegar trechos na tentativa de intimidar o poder Judiciário”, afirmou o ministro.
Demóstenes foi secretário de Segurança Pública, promotor de Justiça e senador – antes de ser cassado em 2012. O procurador-geral da República argumenta que os denunciados participaram de uma série de ações golpistas, incluindo o incentivo a acampamentos e o plano de assassinato de Lula, Alckmin e Moraes.
Em um tom enfático, Moraes reiterou que o Poder Judiciário não seria intimidado por essas ações, sejam elas oriundas de forças internas ou externas. “Mas eles não entenderam que, se até agora não intimidaram o Poder Judiciário, não vão intimidar, seja com polícia, seja com milícia digitais, nacionais e estrangeiras, porque o Brasil é um país soberano”, completou o ministro.
Júlio Rossato