Guerra Comercial entre EUA e China Aprofunda Crise Econômica Global
A escalada na guerra comercial entre Estados Unidos e China segue gerando estragos nos mercados. Em mais um capítulo, hoje (7), o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que pode impor tarifas adicionais de até 50% sobre produtos chineses, caso Pequim não recue das taxas de 34% que impôs na semana passada aos EUA.
A nova ofensiva do presidente dos EUA aprofunda o impasse entre as duas maiores economias do mundo, com reflexos imediatos nos mercados financeiros. Segundo Fernando Genta, economista-chefe da XP Asset, o movimento sinaliza que as tarifas deixaram de ser apenas uma ferramenta de barganha e passaram a caracterizar uma guerra comercial em curso.
Genta e Gilberto Coelho, analista técnico da XP, participaram de uma live especial do InfoMoney, mediada pela jornalista Mariana Amaro, sobre as consequências do acirramento da crise das tarifas impostas pelos EUA ao resto do mundo e, em especial, à China.
O economista-chefe da XP Asset destacou ainda que a perspectiva é de que essas tarifas se tornem permanentes, aumentando o grau de incerteza global.
Para o Brasil, o impacto ainda é difícil de mensurar, já que o principal parceiro comercial do país — a China — está diretamente envolvido na disputa.
As tarifas são “unilateralismo e protecionismo típicos, e bullying econômico”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês.
O agravamento das tensões comerciais entre Estados Unidos e China pode levar a economia americana a uma desaceleração significativa, com possibilidade real de recessão, diz Fernando Genta.
Atualmente, a inflação nos Estados Unidos gira em torno de 3% ao ano. Com a imposição de novas tarifas e o repasse dos custos para os consumidores, Genta avalia que esse número pode subir para até 5%.
O cenário descrito por Genta reflete o pessimismo que se espalha entre investidores, diante da perspectiva de um ciclo mais longo de tensões entre os EUA e seus principais parceiros comerciais.
Júlio Rossato