Aumento de casos de coqueluche em São Paulo preocupa autoridades
Segundo a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), as infecções por coqueluche aumentaram 3.435% em 2024 na cidade de São Paulo em relação ao ano anterior. Entre janeiro e o início de novembro, foram registrados 495 casos, ante 14 em 2023. A última morte pela doença aconteceu em 2019. Jovens de 10 a 19 anos da capital com histórico de viagens ao exterior são os mais acometidos pela doença, o que pode ser relacionado com surtos de coqueluche que acontece nos países da Europa e da Ásia.
Nacionalmente, o Brasil já acumula 2.953 casos e 12 mortes no total, até 23 de outubro de 2024.
Alerta para serviços de saúde
A pasta emitiu um alerta para os serviços de saúde público e privado. Há três motivos principais para a elevação dos números: ciclos epidêmicos da coqueluche, queda na cobertura vacinal e avanço na capacidade de diagnóstico. A especialista acredita que esses fatores têm um impacto direto na ocorrência de casos, especialmente em grupos de risco da doença.
O que é coqueluche?
É uma infecção respiratória ocasionada pela bactéria Bordetella pertussis, transmitida principalmente por gotículas liberadas ao tossir, falar ou espirrar. A infecção também pode acontecer por meio de contato com objetos contaminados por secreções de pessoas infectadas. O período de incubação geralmente varia entre cinco e dez dias, podendo também ser de quatro até 21 dias.
Grupo de risco
Crianças com menos de seis meses, adultos imunossuprimidos e idosos fazem parte do grupo de risco da doença. “Esses bebês correm maior risco de desenvolver insuficiência respiratória devido à intensidade da tosse, que pode levar a baixa oxigenação, vômitos e necessidade de hospitalização”, afirma a médica. Em relação aos adultos, ainda que possam ter sintomas mais leves e similares ao de um resfriado, podem se tornar vetores da coqueluche e transmitir a infecção.
Diagnóstico e prevenção
O diagnóstico precoce e medidas de prevenção, como uso de máscara e tratamento com antibióticos, são a melhor forma para parar a transmissão. “Com cinco dias de antibiótico, a pessoa deixa de transmitir a doença. Quando identificamos um caso positivo, usamos antibióticos preventivamente para evitar a disseminação”, explicou a infectologista.
Júlio Rossato