Partidos de esquerda lançam manifesto contra corte de gastos em áreas sociais
PT, PDT, PSOL e PCdoB assinaram um manifesto contra o corte de gastos em áreas sociais e com críticas à pressão pela apresentação de um ajuste fiscal por parte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O texto foi encabeçado por movimentos sociais ligados ao PT, partido do chefe do Planalto, e foi lançado no domingo, 10 – semana em que o governo pretende apresentar o pacote de contenção de despesas do Orçamento.
A presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), assinou o manifesto em nome do partido. O manifesto recebeu o título de “Mercado financeiro e mídia não podem ditar as regras para o País”. Nos bastidores, aliados do governo observam que o conteúdo está em linha com falas recentes do presidente Lula, que tem feito críticas ao mercado financeiro quando o assunto é corte de gastos e cobrado medidas que mexam no “andar de cima”, incluindo a revisão de subsídios e taxação de pessoas ricas.
O manifesto crítica pressões que vão contra o reajuste real (acima da inflação) do salário mínimo, a vinculação do valor às aposentadorias e ao Benefício de Prestação Continuada (BPC), o seguro-desemprego, os direitos do trabalhador sobre o FGTS e os pisos constitucionais da saúde e da educação.
Conforme o Estadão mostrou, o PT e outros aliados de Lula torcem para que as áreas sociais não sofram cortes que possam machucar a imagem do partido após eleições municipais em que a esquerda já saiu enfraquecida. O governo avalia submeter as principais despesas do Orçamento ao limite do arcabouço fiscal, com teto de até 2,5% de crescimento acima da inflação, mas Lula ainda não bateu o martelo final e ainda não autorizou o anúncio do pacote.
Júlio Rossato