Data centers no Brasil atraem investimento de fundos soberanos
Grandes gestoras de ativos internacionais têm investido em empresas de colocation no Brasil, que constróem infraestrutura para data centers das gigantes de tecnologia em nuvem pública, como Amazon, Google e Microsoft, à medida que aplicações de inteligência artificial generativa exigem mais e mais infraestrutura. Atualmente, ODATA, Scala Data Centers e Ascenty, três das maiores empresas do setor no Brasil, são investidas de algum fundo estrangeiro. O segmento se tornou o suprassumo do setor devido ao baixo risco de inadimplência e pagamentos em dólar de seus clientes. As projeções de capex trimestral somado das principais empresas de tecnologia chega a US$ 70 bilhões de dólares. As empresas de colocation geralmente operam com fluxo de caixa negativo, ainda que apresentem resultados contábeis favoráveis, devido ao caráter intensivo em capital e à necessidade de constantes aportes. As expectativas do mercado brasileiro é chegar a 2GW até 2028, o que levaria a projeção para 2028 a cerca de US$ 20 bilhões acumulados.
Fundos soberanos fortalecem posição no setor
A tendência é de que o mercado de data centers conte cada vez mais com a presença de fundos soberanos, capazes de sustentar investimentos de longo prazo e os custos cada vez maiores destes empreendimentos, além de dar saída aos investidores financeiros que têm reforçado sua estratégia no setor. Os fundos soberanos são aqueles que pertencem a governos ou órgãos governamentais e não possuem a obrigatoriedade de cumprir um cronograma rígido de desinvestimentos, pois seu objetivo é expandir o capital e gerar receita no horizonte de longuíssimo prazo. O Mubadala, fundo soberano do Emirado de Abu Dhabi, fez um investimento de valor não revelado na inglesa Yondr. A americana Equinix, listada na Nasdaq, criou uma joint venture com o Fundo de Pensão Canadense e o Fundo Soberano de Cingapura para investir mais de $15 bilhões em data centers.
Júlio Rossato