Especialistas alertam sobre cautela ao investir em criptomoedas nos EUA
Com a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos, que demonstrou ao longo de sua campanha eleitoral um ímpeto por desenvolver o mercado de criptomoedas no país, criou-se um ambiente de otimismo para a indústria como um todo.
Para o economista Fernando Ulrich, este novo cenário pode trazer mais clareza regulatória para a moeda digital nos Estados Unidos. Isso, segundo ele, fez com que Bitcoin tivesse um rali de alta em novembro, chegando a quase US$ 100 mil.
Enquanto isso, João Marco Braga da Cunha, head de gestão de portfólio da Hashdex, diz que há uma pressão vendedora para o Bitcoin. Ele e Fernando Ulrich participaram do episódio 265 do programa Stock Pickers, com apresentação de Lucas Collazo e Henrique Esteter.
“A gente reforçou para os clientes e os investidores que o momento agora é de cautela. O Bitcoin estava subindo e as pessoas queriam comprar. Mas se tem a posição e o Bitcoin ou cripto em geral dobrou de valor esse ano, isso provavelmente está acima de sua alocação ideal”, afirma.
“De repente, é hora de rebalancear (a carteira), vender um pouco, mas manter dentro de seu perfil de risco uma alocação adequada e evitar esse impulso”, diz.
João Marco ressalta que é importante entender quanto de Bitcoin pode caber na carteira de investimentos e se o perfil de risco está adequado. “Se alguém entra e no primeiro soluço (queda do Bitcoin) vai vender, é melhor não entrar.”
Os especialistas lembram que o Bitcoin era visto até como um investimento “caricato”. Mas hoje isso mudou e a criptomoeda é relacionada como um ativo de valor, com ampla possibilidade de crescimento e ocupação de espaço dentro do mercado de investimentos.
“Isso vai acontecer. É um processo e isso passa de alguma forma por um consenso dos principais agentes da economia”, pontua João Marco.
Júlio Rossato
