Investidores estrangeiros analisam empresas brasileiras
Lucas Laghi, analista de mineração e siderurgia, papel e celulose e bens de capital da XP, comentou no programa Morning Call da XP desta sexta (29) o que pensam investidores estrangeiros de países emergentes e de fundos globais sobre o Brasil, e como avaliam as empresas que ganham com a alta do dólar entre as listadas na bolsa brasileira. Ele manteve encontro no exterior há poucos dias com alguns desses agentes econômicos.
No lado micro, ele discutiu com investidores sobre empresas brasileiras de commodities e globais, com receita dolarizada – portanto, menos expostas ao cenário macro do país de alta do dólar.
Empresas de saúde e educação, bens de capital, financeiro e varejistas estão na lista; apesar de algumas serem beneficiadas, ações podem ser pressionadas por conta da aversão a risco com fiscal.
A Suzano (SUZB3) é uma das empresas mais dolarizadas que a gente tem na bolsa, sempre vista como hedge cambial. Segundo o analista, ele notou um consenso positivo sobre a empresa de papel e celulose. “Ela tem o rump-up do projeto Cerrado, que é um dos mais importantes do setor no mundo, com menor custo de produção que a gente tem na indústria”, explicou. Já a WEG (WEGE3) é vista com visão mais positiva de investidores estrangeiros, mas muitos estão agora mais receosos e céticos ao valuation da empresa. A Embraer (EMBR3) tem muito pouca exposição ao Brasil, mas viu um sentimento misto principalmente ao seu valuation. Investidores enxergam como positivo novos pedidos de aeronaves que a empresa deve anunciar nos próximos meses. A Vale (VALE3) é uma empresa dolarizada, mas investidores estrangeiros concordam que o micro da Vale tem melhorado, mas não há otimismo muito grande com (a economia da) China. Vale tem a receita majoritariamente de minério de ferro, com uma exposição muito forte a China. Gerdau (GGBR4) é uma ação que tem uma exposição muito grande nos Estados Unidos. Com um mercado mais protecionista com a eleição de Donald Trump e a implicação positiva disso no preço do aço no mercado norte-americano, fazem com que os investidores estrangeiros tenham visão “mais otimismo” com o papel.
Júlio Rossato