BlackRock aposta em ações dos EUA, criptomoedas e IA para 2025
A BlackRock, maior gestora de ativos do mundo, definiu as apostas para 2025. A gigante dos investimentos, responsável por gerenciar US$ 11,5 trilhões, abre mais espaço para ações de empresas norte-americanas, papéis de companhias japonesas, crédito privado, ouro e criptomoedas. Já o grande tema do próximo ano será a inteligência artificial, afirma.
De acordo com a gestora, os EUA devem se destacar frente a outros mercados desenvolvidos no mercado acionário por causa da melhoria econômica e de sua capacidade de capitalizar melhor as mega forças – como a própria IA.
Apostas da BlackRock
A gestora disse estar overweight nos Estados Unidos por causa da explosão da IA e do crescimento dos lucros das empresas. A resiliência da economia do país e os cortes nos juros promovidos pelo Federal Reserve (Fed, o Banco Central americano) também apoiam o sentimento otimista. Mas “buscamos beneficiários fora do setor de tecnologia”, mencionou em relatório divulgado no encontro.
Já as teses de investimentos de companhias japonesas são baseadas nas melhores perspectivas para a economia do país, em reformas empresariais que vêm gerando melhores lucros para acionistas e, por fim, o regresso da inflação. “Elas (companhias) estão devolvendo o excesso de capital que elas tiveram no passado, fazendo com que fiquem muito mais atrativas aos investidores”, disse Christensen.
A gestora continua otimista com renda fixa, mas adota uma postura cautelosa em relação à dívida do governo dos Estados Unidos. A BlackRock afirma estar neutra em Treasuries (equivalente aos títulos do tesouro) de curto prazo porque o mercado está precificando menos cortes nos juros. Já em relação aos de longa duração, se mantém underweight porque “déficits orçamentários persistentes e fragmentação geopolítica podem aumentar o prêmio de prazo no curto prazo”.
Por outro lado, a gestora revelou que gosta de títulos do governo de longo prazo europeus, especialmente do Reino Unido. Motivo? O “Banco da Inglaterra cortará as taxas mais do que o mercado está precificando, dada uma economia fraca”. Sobre mercados privados, a empresa disse gostar de dívida corporativa dos EUA, mas tem preferência por aquele emitida no velho continente. “Preferimos crédito europeu – tanto grau de investimento quanto alto rendimento – em vez dos EUA em valuations mais baratas”.
Diversificação de ativos
O tradicional portfólio 60/40, caracterizado por 60% de alocação em renda variável e 40% de renda fixa, já não faz tanto sentido no mundo atual, segundo a gestora, especialmente porque os títulos governamentais “tornaram-se uma almofada menos confiável em meio à venda de ações”. Há potencial, portanto, para diversificação de ativos, como o Bitcoin (BTC) e o ouro, afirma.
A maior criptomoeda do mercado é uma uma nova aposta, segundo a gestora, por causa de seu potencial de valorizar ao longo do tempo. No mês passado, o ativo digital flertou com o US$ 100 mil. O desempenho da criptomoeda durante as eleições nos Estados Unidos, renovando seu recorde de preço, também mostra que investidores que a adoção continua em alta, segundo a BlackRock.
Já o ouro, segundo a gigante dos investimentos, é uma opção à medida que os investidores procuram reforçar as carteiras contra a inflação mais elevada. Outras gestoras, como a UBS Wealth Management e a britânica Schroders, também apostam no metal para o próximo ano.
Júlio Rossato