Os microclimas da Serra Gaúcha
As chuvas e mudanças climáticas têm impactado a produção de uvas na Serra Gaúcha, afetando os produtores da região. A região possui microclimas que contribuem com a rica variedade de uvas produzidas, mas o regime de chuvas cada vez mais irregular tem afetado as videiras de diferentes formas.
Impacto das enchentes
As enchentes que assolaram o Rio Grande do Sul em maio deste ano também deixaram seu rastro de destruição na região, apesar da altitude. Os parreirais estavam em fase de dormência e as chuvas custaram mais do que safras, levando terrenos inteiros serra abaixo. A família de Luciano de Mari, em Bento Gonçalves, viu 40% de sua área produtiva desaparecer do dia para a noite. Ao todo, 86 produtores ligados à cooperativa foram atingidos pelas chuvas de maio, perdendo um total de 12 hectares de terra.
Quebra de safra
A recente quebra de safra foi resultado de um excesso de chuva em setembro do ano passado, período de brotamento das videiras. A umidade nesse período do ciclo é porta aberta para fungos, que atingiram os parreirais. A produção de uva na Serra Gaúcha também vinha sendo afetada por uma escassez hídrica.
Alterações na cooperativa
A cooperativa Vinícola Aurora busca fazer novas alterações em seu estatuto social, permitindo a ampliação do grupo para além da Serra Gaúcha. A ideia é que os associados possam produzir em outras regiões fora da Serra Gaúcha. A Aurora já compra alguns produtos prontos dessas regiões, como base para sucos e espumantes. A reforma estatutária da cooperativa só deve ser feita em abril do ano que vem, quando a próxima safra for colhida.
Júlio Rossato
