Presidente do BCE fala sobre perspectivas econômicas da zona do euro
A economia da zona do euro ficou praticamente estagnada nos últimos 18 meses, e a recuperação há muito prevista não se concretizou. O crescimento fraco ajudou a domar a inflação descontrolada, mas algumas autoridades estão preocupadas com o fato de o crescimento estar tão fraco que a inflação poderia cair abaixo da meta de 2% do BCE, como nos anos pré-pandemia.
Dados baseados em pesquisas sugerem que o crescimento será mais fraco no curto prazo, devido à desaceleração do crescimento no setor de serviços e à contínua contração no setor industrial. Entretanto, as perspectivas econômicas de médio prazo são incertas e dominadas por riscos negativos. Os riscos geopolíticos são elevados, com ameaças crescentes ao comércio internacional. Dada a natureza aberta do bloco, as barreiras comerciais representam uma ameaça à produção e ao investimento.
Christine Lagarde afirmou que pode haver alguma recuperação no futuro, impulsionada pelo aumento do investimento e dos gastos do consumidor, devido ao aumento da renda real. A inflação, que paira um pouco acima da meta de 2% do BCE, pode aumentar no último trimestre de 2024, mas cairá de volta para a meta no próximo ano, disse Lagarde, repetindo sua orientação sobre os preços.
O BCE se reunirá em 12 de dezembro e economistas esperam, em sua maioria, outro corte de 25 pontos-base na taxa de juros, o quarto movimento desse tipo neste ano. Lagarde fez pouco para influenciar essas expectativas, dizendo apenas que o banco seguirá uma abordagem dependente de dados e de reunião a reunião.
Júlio Rossato