McKinsey concorda em pagar US$ 650 milhões em acordo
A McKinsey & Company, uma das principais consultorias do mundo, concordou em pagar US$ 650 milhões (R$ 3,9 bilhões) como parte de um acordo para encerrar uma investigação criminal federal sobre seu trabalho de consultoria para a Purdue Pharma. A empresa foi acusada de ajudar a aumentar as vendas do analgésico OxyContin, um dos principais responsáveis pela crise de opioides nos Estados Unidos. O acordo foi formalizado em um documento judicial apresentado na sexta-feira (13).
Além do pagamento, um ex-sócio da McKinsey, Martin Elling, também concordou em se declarar culpado por obstrução da justiça, conforme revelado em documentos do tribunal na Virgínia. A acusação alega que a McKinsey “conspirou intencionalmente” com a Purdue e outras partes para ajudar na “má identificação” de medicamentos prescritos, além de destruir e ocultar documentos que poderiam ter contribuído para a investigação.
Este não é o primeiro envolvimento da McKinsey em questões legais relacionadas aos opioides. A consultoria já havia concordado em pagar quase US$ 1 bilhão (R$ 6 bilhões) para encerrar processos movidos por estados e governos locais devido ao seu papel na crise. O acordo atual com o Departamento de Justiça dos EUA inclui a admissão de responsabilidade pelos atos alegados pelos promotores.
Como parte do acordo, a McKinsey se comprometeu a não participar de qualquer atividade relacionada à comercialização, venda, promoção ou distribuição de substâncias controladas.
Em um comunicado, a empresa expressou seu profundo arrependimento pelo trabalho prestado à Purdue Pharma e pelas ações do um ex-sócio que deletou documentos relacionados ao seu trabalho. A McKinsey admitiu que deveria ter reconhecido o impacto negativo que os opioides estavam causando na sociedade.
Júlio Rossato