Dólar atinge R$ 6 e especialistas não preveem queda
O dólar rompeu o limite psicológico de R$ 6 no final de 2024 e continua renovando recordes nominais. Especialistas apontam a volta de Trump à Casa Branca e a política fiscal do governo como causas dessa alta, que deve se manter acima de R$ 6.
Contexto interno e externo
A condução da política fiscal pelo governo federal é vista com desconfiança pelos agentes financeiros internos e externos, especialmente após o pacote de corte de gastos anunciado que não dá uma perspectiva de estabilização da dívida pública nos próximos anos. Além disso, a chegada de Donald Trump à Casa Branca e o rearranjo das cadeias globais de valor e do comércio internacional também impactam a valorização do dólar.
Projeções pessimistas
As projeções para o câmbio são pessimistas. O relatório Focus do Banco Central prevê uma taxa Selic de 15% ao fim de 2025, com uma inflação acima do teto da meta de 4,5%. Para o câmbio, a projeção é de R$ 6,00. Já a XP projeta o dólar a R$ 6,20 ao fim de 2025 e a R$ 6,40 ao fim de 2026. Mesmo o aumento de juros pelo Banco Central não é visto como um catalisador tão potente para a depreciação do câmbio.
Viés de alta
Para os especialistas, o dólar tem viés de alta em relação ao real em 2025 e não há previsão de queda abaixo dos R$ 6. A visão atual é de que todo o estímulo econômico não é suficiente para dizer que a perspectiva futura do país é positiva, o que leva investidores locais e estrangeiros a optarem pelo dólar como proteção da carteira e favorece o fluxo financeiro em dólar. O consultor econômico da plataforma Remessa Online espera a moeda na faixa dos R$ 6,20 ao fim do ano.
Júlio Rossato