Presidente sul-coreano suspenso não comparece a interrogatório
O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, que está detido, não compareceu ao segundo dia de interrogatório dos investigadores, nesta quinta-feira (16), dificultando ainda mais um inquérito criminal sobre a possibilidade de ele ter cometido insurreição com sua tentativa de impor lei marcial.
Na quarta-feira (14), Yoon se tornou o primeiro presidente sul-coreano em exercício a ser preso e foi mantido no Centro de Detenção de Seul após se recusar a cooperar.
Ele permaneceu no centro na quinta-feira, com seu advogado citando a saúde como um fator para sua ausência no interrogatório. Os investigadores não explicaram por que não o obrigaram a comparecer.
Crise política na Coreia do Sul
A Coreia do Sul está enfrentando sua pior crise política em décadas, desencadeada pela breve tentativa de Yoon de impor a lei marcial em 3 de dezembro, que foi rejeitada pelo Parlamento.
A recusa de Yoon em cooperar com os investigadores ocorre no momento em que a Corte Constitucional realiza uma segunda audiência em seu julgamento de impeachment para determinar se ele será removido permanentemente ou se seus poderes presidenciais serão restabelecidos.
Nos argumentos de abertura na Corte Constitucional, um parlamentar do Partido Democrático, da oposição, condenou Yoon pela “insurreição de 3 de dezembro” e disse que Yoon e um pequeno número de partidários tentaram alimentar o caos ao recusar a aceitar seu mandado de prisão.
“Esse julgamento de impeachment decide se devemos ou não trazer alguém como ele de volta à posição de comandante-chefe no controle das Forças Armadas”, disse Jung Chung-rae, parlamentar que lidera o Comitê de Legislação e Judiciário do Parlamento.A equipe jurídica de Yoon negou que ele tenha planejado uma insurreição, um crime na Coreia do Sul punível com prisão perpétua ou, tecnicamente, com a pena de morte.
Júlio Rossato