Os EUA deixam o Acordo de Paris
No início do mandato, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou um decreto retirando o país do Acordo de Paris sobre mudanças climáticas. Segundo o artigo 28 do próprio Acordo de Paris, a retirada só começa a valer após um ano da notificação de retirada, que foi enviada em novembro de 2019, pouco antes de Trump deixar a Casa Branca. A saída, portanto, só foi efetivada em 2021, dois meses antes de Joe Biden assumir a presidência e revogar a medida.
A importância dos compromissos globais
A decisão de Trump gerou críticas, mas não significa que os Estados Unidos não manterão compromissos globais para enfrentar a mudança do clima. De acordo com a gerente sênior de ação climática da WRI Brasil, Míriam Garcia, o país continuará participando em diferentes trilhas de negociação, referentes tanto ao Acordo de Paris quanto à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas.
Ambições para redução de emissões
O Acordo de Paris é uma das ferramentas da UNFCCC, que estabelece objetivos, regras e metodologias para manter o aumento da temperatura global abaixo de 2°C em relação aos níveis pré-industriais e aumentar a capacidade de adaptação aos impactos negativos da mudança do clima. Os países partes têm até fevereiro de 2025 para apresentar a terceira geração da Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC na sigla em inglês), que define as ambições para a redução de emissões de gases do efeito estufa.
Expectativas para a COP30
A COP30 será realizada no Brasil em novembro e será um termômetro para avaliar o engajamento dos países. A expectativa é que os países apresentem boas NDCs, retratando uma maior escala das ações de mitigação, um maior reconhecimento sobre a importância de adaptação e o papel do financiamento em cada um desses países.
Júlio Rossato