Itaú BBA rebaixa Yduqs e Cogna
O Itaú BBA adotou uma postura mais cautelosa sobre Yduqs (YDUQ3) e Cogna (COGN3), rebaixando ambas de outperform para market perform. A decisão foi motivada pela maior exposição de ambas ao ensino a distância – cuja rentabilidade no médio prazo permanece incerta devido a possíveis mudanças regulatórias – e pelos múltiplos de Preço/Lucro relativamente mais elevados.
O preço-alvo de Cogna passou de R$ 3 para R$ 1,50, enquanto a meta de preço da Yduq caiu de R$ 20 para R$ 11. Segundo relatório, as projeções de lucros foram substancialmente revistas para baixo, refletindo uma combinação de volumes de matrículas mais fracos do que o esperado e pressões financeiras.
Recomendação de compra mantida para Ânima e Cruzeiro do Sul
O banco manteve recomendação equivalente à compra para Ânima (ANIM3), devido a melhores dinâmicas de preços e FCF desde o segundo semestre de 2023. O BBA manteve recomendação de compra para Cruzeiro do Sul, mas o preço-alvo foi reduzido de R$ 6,00 para R$ 4,50, pois a companhia possui um o portfólio de cursos de alta qualidade, que tem consistentemente apresentado bons resultados nos últimos trimestres.
Futuros dos principais índices em Nova York recuam nesta manhã
O otimismo inicial em torno do ensino a distância como uma solução acessível para populações carentes não foi sustentado devido a dificuldades em justificar os elevados custos de aquisição de clientes (CAC), com os números de matrículas ficando abaixo das expectativas em 2024. Esse cenário impactou a perspectiva de crescimento para 2025, criando um ponto de partida mais fraco para o desempenho da receita. Além disso, as altas taxas de alavancagem no setor agravaram o impacto do aumento das taxas de juros, deixando o fluxo de caixa livre (FCF) sob pressão.
O banco acredita que a empresa conseguirá implementar alguns aumentos de preços, apoiados pelo programa Ser Solidário. Além disso, analistas projetam uma melhora no mix de cursos, impulsionada por uma maior exposição ao segmento de escolas de medicina. No geral, o banco prevê uma receita líquida consolidada de R$ 2,114 bilhões em 2025, representando um aumento anual de 7%.
Olhando para o futuro, analistas mencionaram que regulamentações mais rígidas poderiam consolidar o mercado, elevando as barreiras de entrada para menores concorrentes, permitindo que as empresas listadas com infraestrutura estabelecida capturem uma fatia maior de mercado. Além disso, segundo o BBA, a consolidação por meio de fusões e aquisições oferece oportunidades para gerar sinergias de custo e melhorar o poder de precificação, ajudando a mitigar as pressões sobre as margens.
Júlio Rossato