Advogado de Filipe Martins é detido por desacato ao STF
O desembargador aposentado Sebastião Coelho, advogado de Filipe Martins, ex-assessor internacional de Jair Bolsonaro, foi detido pela Polícia Judicial do Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira (25), após desacatar o Tribunal. Coelho foi abordado em flagrante por ofensas enquanto tentava acompanhar o julgamento da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), que envolve a tentativa de golpe de Estado em 2022, com oito denunciados, entre eles, Martins.
A confusão aconteceu quando alguns advogados e deputados, que não se credenciaram previamente para assistir à sessão, foram orientados a se dirigir à Segunda Turma.
Após ser barrado, Coelho criticou a postura do Supremo e afirmou que tomaria providências junto à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). “Isso me causou uma grande revolta, porque a defesa, junto com o acusado, é o principal no processo e o advogado não foi permitido a entrada”, disse o advogado.
O presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, após o incidente, determinou que fosse registrado boletim de ocorrência por desacato, liberando Coelho em seguida.
Contexto e polêmicas envolvendo Sebastião Coelho
O ex-presidente surpreendeu e compareceu ao STF na manhã desta terça-feira. STF analisa denúncia da PGR que acusa Bolsonaro e outros aliados de envolvimento em suposta tentativa de golpe; entenda o que está em jogo nesta semana.
Sebastião Coelho, conhecido por ter sido alvo de um processo administrativo disciplinar no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), devido a declarações e ações suspeitas durante seu tempo como corregedor eleitoral, voltou a ser o centro de controvérsia.
Ele renunciou ao cargo de corregedor em agosto de 2022, poucos dias antes da posse de Alexandre de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), alegando que Moraes havia incitado uma “guerra” em seu discurso. Coelho foi visto em manifestações pós-eleitorais e, meses depois, em um evento no QG do Exército, declarou que a solução seria prender o ministro Alexandre de Moraes.
Em relação ao caso dos ataques de 8 de Janeiro de 2023, as investigações não encontraram ligações diretas entre Coelho e os atos golpistas, apesar de o CNJ ter solicitado a quebra de sigilo bancário, o que resultou em evidências de gastos pessoais sem vínculo com os atos violentos.
Paralelamente, alguns parlamentares também foram barrados na entrada do STF e impedidos de acompanhar a sessão, gerando um clima de tumulto na portaria, com gritos e cobranças de acesso. Os deputados que conseguiram entrar e acompanhar o julgamento foram: Zucco, Zé Trovão, Maurício do Vôlei, Evair de Melo, Paulo Bilynskyj, Mario Frias e Delegado Caveira.
Júlio Rossato