Cinemas de Rua em Maringá: Passado e Memória
Os cinemas de rua, que já foram populares em todo o Brasil, estão praticamente extintos e concentrados, em sua maioria, nas capitais dos estados. Diversos fatores contribuíram para o fechamento desse tipo de estabelecimento, como a popularização das televisões nas casas brasileiras a partir da década de 1970, a chegada dos aparelhos de VHSs e os cinemas de shopping.
No entanto, no século passado, esses espaços eram os pontos de encontro em cidades do interior, como Maringá, e o Maringa.Com preparou uma lista com quatro cinemas de rua que marcaram a história da cidade. Confira abaixo:
Cinema da Avenida Brasil
O icônico cinema de rua da cidade teve duas inaugurações. A primeira aconteceu em 1949, na Avenida Brasil, mas a estrutura era improvisada e os espectadores precisavam levar até as próprias cadeiras para poder assistir às projeções. Anos depois, em 1953, o cinema foi reinaugurado na antiga Av. Ipiranga, atual Av. Getúlio Vargas, com uma exibição do clássico ‘Cantando na Chuva’. O estabelecimento grandioso, com 1.800 lugares, já foi o segundo maior cinema do Brasil e funcionou até a década de 1990, de acordo com informações do projeto Maringá Histórica.
Cine Horizonte
O Cine Horizonte foi inaugurado em 1951, na Vila Operária, e se tornou um ponto de encontro para a população. O cinema ficou aberto na Av. Brasil até 1966, quando foi transferido para perto dali, na Av. Riachuelo, com uma grande estrutura e 1.600 cadeiras. No dia da reinauguração, o filme exibido foi ‘A Ilha dos Delfins Azuis’ e, segundo a Maringá Histórica, toda a arrecadação foi doada à Santa Casa de Maringá. Assim como o Cine Maringá, o Cine Horizonte fechou as portas no final da década de 1990.
Cine Teatro Plaza
Localizado na Travessa Guilherme de Almeida, próximo à Praça Raposo Tavares, foi inaugurado em 1972 e, além dos filmes em cartaz da época, exibia longas do Cine Club da UEM. No anos 90, após a Prefeitura de Maringá ter adquirido parcelas da edificação, passou a ser chamado de Cine Teatro Plaza, nome que refletia a mudança das atividades culturais que seriam realizadas no local. Além dos filmes, que logo teriam as exibições interrompidas, o espaço passou a receber peças de teatro, espetáculos de dança, exposições e conferências.
Cinema da Av. Brasil
A história deste cinema, inaugurado em 1947, teve um fim trágico. As sessões no espaço na Av. Brasil aconteciam duas vezes por semana, sempre aos sábados e domingos, e eram anunciadas em alto falantes. Em 1949, o cinema passou por uma pequena reforma e, no dia em que seria reaberto, um incêndio de altas proporções destruiu o Primor e boa parte do quarteirão. Não se sabe quais foram as causas do acidente.
Júlio Rossato
