Operação Overclean desvenda esquema de corrupção de R$ 1,4 bilhão
A Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU) deflagraram, nesta quinta-feira (3), uma nova etapa da Operação Overclean, que investiga um esquema de corrupção liderado pelo empresário José Marcos de Moura, conhecido como “Rei do Lixo”. A operação apura o desvio de até R$ 1,4 bilhão em contratos públicos supostamente fraudados e em obras superfaturadas com recursos de emendas parlamentares. A ofensiva de hoje cumpre mandados de busca e apreensão em 16 endereços nas cidades de Salvador, Belo Horizonte, São Paulo e Aracaju, além de determinar o afastamento de um servidor público por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo a PF, o esquema teria como epicentro o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), especialmente a Coordenadoria Estadual da Bahia (Cest-BA), mas também envolvia outras prefeituras e órgãos públicos. No STF, o caso está sob relatoria do ministro Kassio Nunes Marques, que determinou sigilo total sobre o processo. Preso no fim de 2024 e solto dias depois, José Marcos de Moura é apontado como peça central da organização criminosa, que usava contratos de limpeza urbana como fachada para os desvios.
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Tatiana Medeiros (PSB) foi afastada do cargo. Durante as buscas, os agentes da PF apreenderam planilhas que detalham o alcance do esquema em diversos estados, incluindo São Paulo, Rio de Janeiro, Pará, Pernambuco e Goiás. Os documentos listam nomes de responsáveis, projetos e valores atrelados a fraudes em licitações. Em 2024, segundo os investigadores, o esquema movimentou R$ 824 milhões, mais da metade dos desvios apurados nos últimos quatro anos.
Júlio Rossato